Lula relativiza ditadura e mente sobre choro
Petista compara sua inabilitação para disputar a eleição de 2018 à de Maria Corina Machado, líder da oposição venezuelana proibida pelo regime de Nicolás Maduro de concorrer
Lula (foto) voltou a fingir nesta quarta-feira, 6, que está tudo bem com a democracia venezuelana e aproveitou para mentir também sobre a democracia brasileira. Questionado sobre as eleições da Venezuela, que serão comandadas mais uma vez pela ditadura de Nicolás Maduro, o petista pediu “presunção de inocência”.
“Eu espero que as eleições sejam as mais democráticas possíveis”, disse Lula durante entrevista coletiva ao lado do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, acrescentando que Maduro lhe disse que “vai convocar todos os olheiros do mundo que quiserem assistir [a]o processo eleitoral na Venezuela”.
“Além disso, o que eu posso esperar? Que haja as eleições para a gente saber se foram democráticas ou não”, concluiu, aproveitando para voltar a bater em Jair Bolsonaro, dizendo que ele não aceita o resultado da eleição de 2022.
O petista também aludiu à própria prisão ao comentar a questão venezuelana. “Fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei o outro candidato e [ele] disputou as eleições”, comentou.
A verdade
Maria Corina Machado foi impedida de disputar a eleição deste ano por perseguição do regime de Maduro, não por relação imobiliária com empreiteiras envolvidas em esquema de corrupção. Lula diz que não ficou chorando em 2018, mas chorou à época, empurrando a candidatura até o limite legal, chora até hoje e age para se vingar de juízes e procuradores.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na terça-feira, 5, que as eleições presidenciais deste ano ocorrerão em 28 de julho, aniversário do ex-ditador Hugo Chávez, falecido em 2013.
Líder da oposição venezuelana, María Corina se recusou a participar da consulta iniciada pelo Parlamento para agendar o pleito, classificando-a como uma “manobra” para uma “via eleitoral fraudulenta”.
Vitoriosa nas primárias da oposição em outubro, com quase 90% dos votos, ou mais de 2 milhões de eleitores, ela foi classificada como inelegível pela Suprema Corte venezuelana em janeiro, num processo eivado de evidentes irregularidades e denunciado por órgãos internacionais.
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