Lula é uma matéria-prima
A popularidade de um presidente latino-americano depende apenas de dois fatores: o valor das matérias-primas e a taxa de juros nos Estados Unidos. Foi o que demonstraram dois pesquisadores da FGV, Daniela Campello e Cesar Zucco...
A popularidade de um presidente latino-americano depende apenas de dois fatores: o valor das matérias-primas e a taxa de juros nos Estados Unidos.
Foi o que demonstraram dois pesquisadores da FGV, Daniela Campello e Cesar Zucco.
Diz a reportagem da BBC:
“O bom desempenho em eleições e em índices de aprovação popular dos governantes de pelo menos dez países latino-americanos – entre eles Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina –, decorreram de dois fatores externos que fogem ao controle dos presidentes: a taxa de juros dos Estados Unidos e o preço das commodities (produtos primários, como alimentos, petróleo e minério).
Usando análises estatísticas, os dois pesquisadores verificaram o impacto desses índices nos resultados eleitorais e nas pesquisas de popularidade dos últimos 30 anos em 18 países da América Latina (…).
De acordo com a pesquisa, o eleitor premia com reeleição os presidentes que têm a ‘sorte’ de governar em períodos da ‘bonança econômica’ promovida pela queda na taxa de juros norte-americano se pelo boom das commodities, e pune os governantes que cumprem o mandato em período com indicadores externos menos favoráveis.”
A popularidade de Lula é só isso:
“Campello e Zucco afirmam que o presidente com mais ‘sorte’ em relação aos indicadores externos foi Luiz Inácio Lula da Silva, que governou durante período de alta acentuada do Índice de Bons Tempos Econômicos. De 2003 a 2011, o preço dos produtos primários cresceu muito, impulsionado por importações da China, e os juros norte-americanos permaneceram baixos.
Lula deixou o governo com 83% de popularidade e conseguiu eleger sua sucessora, Dilma Rousseff. Campello e Zucco calculam que, se FHC tivesse governado no segundo mandato com as mesmas condições externas que Lula (mesmo Índice de Bons Tempos Econômicos), sua popularidade ao deixar o Planalto seria de 45.9%, em vez de 24.4%.
Já Lula, se tivesse o mesmo Índice de Bons Tempos Econômicos do segundo mandato de FHC, deixaria o governo, de acordo com os dois pesquisadores, com 34% de aprovação popular.”
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