Lula e Bolsonaro esmagaram o centro
Apenas 11% do eleitorado brasileiro não toma partido entre o presidente e o ex-presidente, aponta pesquisa Atlas Intel sobre a atual situação da polarização política no Brasil
O Brasil vai dividido em dois polos para as eleições municipais deste ano, constata pesquisa da Atlas Intel divulgada na noite de sexta-feira, 8. Segundo o levantamento, apenas 11% do eleitorado brasileiro não toma partido entre Lula e Jair Bolsonaro.
A pesquisa aponta que 32% se identificam como bolsonaristas e 31,2% se consideram petistas. Outros 16,5% não se consideram petistas, mas são antibolsonaristas, enquanto 8,6% não se dizem bolsonaristas, mas se descrevem como antipetistas.
Os neutros, que não apontaram nenhuma dessas opções, são 11,4%, e apenas 0,2% dos entrevistados disseram não saber responder.
Polarização
A pesquisa foi feita via internet com 2.122 eleitores, de 4 a 7 de março, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos, e 95% de nível de confiança.
Segundo a Atlas Intel, o índice de polarização política no Brasil, 76 na medição de 0 a 100, é o maior dos medidos na pesquisa. A polarização de classe, por exemplo, está em 68, enquanto a religiosa é de 70. A polarização étnico-racial é de 66, e a urbano-rural, de 56. A polarização social (média de todas as outras) está em 67.
“Apenas 23% da população prefere um candidato não alinhado a Lula ou Bolsonaro. Isso revela uma desvantagem estrutural para candidatos de centro nas corridas eleitorais. No entanto, centristas que cheguem ao 2º turno aumentam suas chances de derrotar um candidato extremista”, analisa o instituto.
Lula x Bolsonaro
Na disputa entre Lula e Bolsonaro, o petista leva vantagem quando se trata de prestígio partidário: 34,6% dizem preferir o PT, contra 25,1 do PL. Os dois partidos estão muito distantes dos outros. PSOL, que aparece em terceiro, tem a preferência de apenas 2,7%, e PSDB, quarto na lista, de 2,3%. Para 25,1% do eleitorado, os partidos pouco importam.
Para as eleições municipais, 39,1% preferem um candidato que se diga alinhado a Bolsonaro — 37,8% estão do lado de Lula e 23,1% preferem que o candidato se mantenha neutro.
Nesse sentido, os eleitores de Lula são mais determinados: apenas 14,5% deles votariam em um candidato que se dissesse neutro entre os dois polos. Entre os eleitores de Bolsonaro, 30% dizem que votariam em um neutro.
Municipais
Outro dado: 20,5% dos eleitores brasileiro se dizem mais inclinados à direita ao definir o posicionamento politico, pouco mais que os 17,3% inclinados à esquerda. Outros 13,8% dizem preferir prestar atenção às propostas do candidato ou do partido, enquanto 12,8% estão mais atentos a valores, e 11,7%, à religião.
Quando a questão é feita no contexto das eleições municipais, o posicionamento de direita se destaca mais ainda, assim como uma possível aliança do candidato com Bolsonaro: 24% apontam essa como a “dimensão mais importante para a definição do voto”.
O segundo item dessa lista é “valores” e foi apontado por 22,4%. O item “Liderança”, definido como “personalidade, inteligência e caráter de liderança do candidato”, é o terceiro mais relevante, para 19%. O posicionamento de esquerda aparece logo atrás, com 17,5% do eleitorado.
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