Lula convoca ministros para tratar da Bolívia: “Golpe nunca deu certo”
Militares bolivianos ocuparam na tarde desta quarta-feira, 26, o palácio presidencial em La Paz, capital do país sul-americano
O presidente Lula (PT) convocou o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e o chanceler Mauro Vieira para uma reunião de emergência para tratar sobre a possível tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Militares bolivianos ocuparam na tarde desta quarta-feira, 26, o palácio presidencial em La Paz, capital do país sul-americano.
Questionado por jornalistas, o petista, é preciso ter certeza da realidade da nação vizinha antes de anunciar algo “que não acontece”.
“Eu quero informações. Eu pedi para o ministro Mauro [Vieira, das Relações Exteriores] ligar para a Bolívia, ligar para o presidente [boliviano], ligar para o embaixador brasileiro, pra a gente ter certeza, pra ter uma posição. Mas, como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina, golpe nunca deu certo”, disse Lula.
O presidente Lula pretendia fazer uma visita à cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, no dia 9 de julho. Após a tensão no país, auxiliares do petista dizem que a viagem pode não ocorrer.
Algumas unidades do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas da capital boliviana, enquanto militares faziam guarda no palácio nesta tarde. Em um comunicado em suas redes sociais, o presidente do país, Luís Arce, pediu que a democracia seja respeitada.
Crise institucional na Bolívia
A Bolívia vive uma crise institucional desde a noite desta terça, 25, quando o general Zuñiga foi à TV dizer que Morales — que lidera as pesquisas para a eleição presidencial boliviana em 2025 — não poderia voltar a ser presidente do país.
“Não creio que ele vá ser eleito legalmente, pois está inabilitado”, disse Zúniga. “Esse senhor não pode mais voltar a ser presidente deste país.”
Zuñiga disse que o papel das forças sob seu comando é o de cumprir a Constituição, e que ele faria cumprir a inelegibilidade de Morales “com todas as ferramentas e os instrumentos que nos outorgam a Constituição”.
Quando questionado se prenderia ou mataria Morales, o general foi lacônico: “Somos um braço armado da pátria”, limitou-se a dizer. “Creio que isso ficou claro.”
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