Lula persegue iFood: “Vamos encher o saco”
Lula fez provocação durante evento de apresentação de um projeto de lei que regulamenta atividades por aplicativo como Uber
Lula (PT; foto) debochou da autonomia da empresa de delivery iFood, uma instituição privada que movimenta cerca de 100 bilhões de reais na economia do Brasil.
A confissão de pressão estatal sobre uma empresa privada se deu nesta segunda-feira, 4 de março, durante a apresentação de um projeto de lei que regulamenta atividades por aplicativo como Uber, mas que deixou o iFood de fora por impasse nas negociações com o governo.
“Vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar”, afirmou Lula.
Marinho abre guerra
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), provocou a empresa de delivery iFood durante a apresentação do projeto de lei.
Comentando o fato de iFood não ser contemplado pelo projeto de lei, Marinho afirmou que “não adianta o iFood mandar recado” em referência a pedidos da empresa para negociar a lei.
“E manda recado ‘nós queremos conversar’. Nós conversamos por um ano inteiro”, acrescentou.
Marinho, então, acusou a empresa de promover um “modelo de negócio altamente explorador” e cobrou “um padrão remuneratório que ofereça condição de cidadania” para aceitar o retorno das negociações.
O que o projeto prevê?
O projeto que busca regulamentar esse segmento do mercado de trabalho inclui:
- A criação de uma nova categoria profissional, designada como “trabalhador autônomo por plataforma”.
- O direito do trabalhador de exercer seu ofício quando quiser, sem um vínculo de exclusividade com as plataformas.
- O estabelecimento de sindicato patronal e de trabalhadores e a implementação de uma convenção coletiva, como já existe nas demais profissões regulamentadas.
- O acesso dos trabalhadores aos dados e critérios que regem a oferta de viagens, bem como às regras de suspensão e exclusão das plataformas e à forma de cálculo do rendimento
Como seria a remuneração mínima?
Segundo o projeto, haverá uma “remuneração mínima” para os motoristas de apps, além do rendimento gerado pelas corridas. Espera-se que esta remuneração siga alguns critérios:
- Reajuste anual de, pelo menos, a mesma proporção do salário mínimo.
- Os valores considerados devem levar em conta os gastos dos motoristas com combustível, impostos, celular, seguro automotivo e depreciação do veículo.
- O valor proposto é de R$ 32,09 por hora trabalhada, sendo R$ 8,02 relativos ao trabalho e R$ 24,07 relativos ao ressarcimento dos custos da operação.
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