Lira, sobre apoio a corte de gastos: “Vai depender do que vier”
O dólar chegou a bater 5,83 reais na sexta-feira, em meio às expectativas sobre o prometido anúncio de cortes de gastos do governo Lula
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (foto), afirmou que o apoio do Congresso à proposta de corte de gastos prometida pelo governo Lula “vai depender do que vier”.
“O Congresso pode dizer, ‘olha, eu acho que ao invés de cortar aqui, era melhor cortar ali’. Ou ‘eu acho que essa medida pode ser mais efetiva naquele outro caminho’. Todo mundo na hora do corte tem que ceder. Não só aqui, não só ali”, afirmou Lira em entrevista à Folha.
“Vai ter que cortar? Corta proporcional, corta em determinado lugar que afete menos as pessoas que mais precisam. Naquele programa que é menos importante, preservando sempre aqueles que são mais incisivos na mudança da vida das pessoas. Acho que tem que ser por aí, uma regra geral para isso”, acrescentou.
O dólar chegou a bater 5,83 reais na sexta-feira, 1º, em meio às expectativas sobre o prometido anúncio de cortes de gastos do governo Lula.
Na quarta-feira, 30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a inquietação do mercado financeiro sobre o risco fiscal “faz parte”.
O governo Lula fez correr a informação de que Fazenda e Casa Civil já se entenderam sobre a estratégia para cortar gastos e que a questão está sendo analisada pela equipe jurídica. Enquanto o anúncio não vier, contudo, não há perspectiva de domar a alta do dólar.
Presidente do BC defende ‘choque fiscal’
Nos últimos meses de mandato à frente do Banco Central (BC), o presidente Roberto Campos Neto voltou a defender medidas fiscais para reduzir as taxas de juros no Brasil.
Em reunião com investidores nesta segunda, 28, em Londres, Campos Neto reforçou a necessidade de um “choque positivo” para reverter a previsão de inflação:
“Acredito que, se tivermos um choque fiscal muito grande, provavelmente conseguiremos sair com taxas mais baixas. Como esse processo vai acontecer eu não sei, e seria muito difícil dar um passo a passo do que eu acho que vai acontecer, mas acho que precisa ser algo que produza uma mudança de expectativa grande o suficiente para reverter a previsão de inflação e que impactasse a nossa reação de forma positiva“, afirmou o presidente da autarquia.
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