Lira não fez o joinha
Lula se reuniu na noite desta quinta-feira, 22, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e lideranças partidárias para um happy hour no Palácio da Alvorada
O presidente Lula (PT) se reuniu na noite desta quinta-feira, 22, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças partidárias para um happy hour no Palácio da Alvorada. Na foto oficial do coquetel, no entanto, o deputado não acompanhou o anfitrião com um joinha, como fez a maior parte dos convidados.
Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, Lula compartilhou duas fotografias do evento. Na primeira, tirada de cima, Lira ainda esboçou um sorriso, mas manteve as mãos junto ao corpo, enquanto petistas como a deputada Gleisi Hoffmann, o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, fizeram o sinal de positivo para o fotógrafo Ricardo Stuckert.
Na segunda, tirada de frente, Lira saiu mais sério, contrastando com o empolgado ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tem sido bastante criticado pelo presidente da Câmara por sua articulação política com o Legislativo.
Será que Lira está satisfeito?
No coquetel com lideranças partidárias, o presidente Lula agradeceu o apoio do Congresso nas “pautas complexas” enviadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 2023 e se comprometeu a estar mais próximo dos deputados.
“O presidente [Lula] disse que vai ter uma proximidade maior, vai dialogar mais, vai ser meio que uma rotina”, afirmou o líder do PSB, Gervásio Maia (PB), ao jornal O Globo.
Arthur Lira, por sua vez, disse que o Parlamento estava aberto a ajudar o governo, celebrando os entendimentos com o Palácio do Planalto.
“[Lira passou mensagem] de compromisso, de que esse momento de ampliação de diálogo é realmente muito importante. Agradeceu ao líder Guimarães, que fez referência a ele. Falou do comportamento do presidente Lula. Foi algo bem importante”, afirmou Gervásio Maia após o happy hour.
Lula cedeu
O presidente Lula (PT) cedeu a pressão do Centrão e vai elaborar um calendário de pagamentos de emendas parlamentares. O cronograma havia sido inserido pelos parlamentares no Orçamento deste ano, mas o petista havia vetado, o que desagradou o Congresso.
Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o acordo costurado prevê a liberação das emendas até o dia 30 de junho. A data é o limite para esse tipo de pagamento antes do período eleitoral.
Padilha afirma que o veto será mantido oficialmente, porque há a avaliação de que a sua derrubada iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, o governo fechou um acordo com esses parlamentares para que o calendário de emendas impositivas, que são as individuais e de bancada, sejam pagas até o limite das vedações eleitorais.
A pressão de Lira
Contrariado pelo veto de Lula ao trecho da lei orçamentária que estabelecia um calendário para o pagamento das emendas, o presidente a Câmara, Arthur Lira, subiu o tom e afirmou, em seu discurso de abertura do ano Legislativo, que “o Orçamento é de todas e todos brasileiros”.
“O orçamento é de todos e para todos os brasileiros e brasileiras: não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar de seu preparo, não duvido, não foi eleita para escolher as prioridades da nação. E não gasta a sola de sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós, parlamentares”, disse Lira.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)