Quando Jair Bolsonaro anuncia e, no dia seguinte, diz ter recuado sobre possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública, ele não enfraquece apenas Sergio Moro.

Ao abrir o flanco para o pleito comandado por Rodrigo Maia e aliados, além de lideranças do MDB e do PT, o presidente flerta com o retorno do loteamento da Esplanada, abominado por ele na campanha presidencial.

O senador Eduardo Girão (Podemos), uma das lideranças do grupo Muda, Senado, disse a O Antagonista:

“Não tem lógica um eventual fatiamento das pastas da Justiça e da Segurança Pública, ou melhor, a volta do loteamento na Esplanada. De duas, uma: ou é acórdão para atender a partidos políticos aliados ou é para esvaziar o poder do competente ministro Moro, com receio da popularidade sempre crescente dele.”

Se Bolsonaro vier a ser convencido a recuar do seu recuo, “ganhará, mais uma vez, a má e velha política”, acrescentou Girão.

“Assim como tem ocorrido com as sanções do fundão e do juiz das garantias, com as tentativas de interferência na Polícia Federal e na Receita Federal, com a diminuição do Coaf…”