Líder do governo pediu dinheiro a empresário em troca de ajuda no Inmetro, indica PF
Um relatório da Polícia Federal aponta que o senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso, fez pedidos de depósitos bancários a um empresário ao qual prometeu ajudar a adiar uma portaria do Inmetro...
Um relatório da Polícia Federal aponta que o senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso, fez pedidos de depósitos bancários a um empresário ao qual prometeu ajudar a adiar uma portaria do Inmetro, diz O Globo. O fato ocorreu após a PF verificar mensagens que estão no celular de um amigo do parlamentar, o empresário Jorge Rodrigues Alves, que foi alvo da Operação Lavanderia e atua nos setores de construção civil e iluminação.
Os investigadores encaminharam um relatório sigiloso à 4ª Vara Federal do Tocantins no dia 11 de julho. No documento, a corporação pede o envio do caso para o STF, por envolver um parlamentar, que tem foro privilegiado. Segundo o relatório, os depósitos foram realizados desde 2016 em contas ligadas ao senador e somam cerca de 760 mil reais.
O documento menciona que, em abril de 2019, Jorge Rodrigues Alves pediu ajuda ao senador para adiar uma portaria do Inmetro que mudaria especificações de luminárias no sistema de iluminação pública no Brasil. “Portaria 20 do Inmetro. Precisa ser URGENTEMENTE suspensa ou adiada”, escreveu o empresário. Ele afirmou que, se a portaria fosse aprovada, sua empresa seria desclassificada de uma disputa de um contrato público.
Dias depois, o senador, que ainda era vice-líder do governo na ocasião, afirmou que poderia trabalhar pela demissão da então presidente do Inmetro, Angela Flôres Furtado, caso o órgão não atendesse ao pedido dele. Em junho daquele ano, Gomes se reuniu com Angela, conforme a agenda pública do órgão. Depois disso, as novas regras foram postergadas e só passaram a valer em novembro de 2019.
Procurado pelo jornal, o senador disse que os repasses eram “empréstimos” e negou ter praticado qualquer irregularidade. Já Jorge Rodrigues Alves disse, em nota, que não comenta investigações que correm sob sigilo.
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