Lewandowski envia a Aras mensagens roubadas para ‘providências cabíveis’
Ricardo Lewandowski enviou a Augusto Aras as mensagens dos procuradores da Lava Jato roubadas por hackers e obtidas por Lula no Supremo. No despacho, afirmou que encaminhou o material para "ciência e providências cabíveis"...
Ricardo Lewandowski enviou a Augusto Aras as mensagens dos procuradores da Lava Jato roubadas por hackers e obtidas por Lula no Supremo. No despacho, afirmou que encaminhou o material para “ciência e providências cabíveis”.
No documento, o ministro ainda destacou que a remessa do material ao procurador-geral se dava em razão de sua condição de “Chefe do Ministério Público Federal e de Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público”.
Desde o ano passado, sob a liderança de Aras, o CNMP tem aprofundado investigações disciplinares sobre os ex-integrantes da Lava Jato. Deltan Dallagnol, por exemplo, foi punido com pena de censura por ter publicado um tuíte, em 2019, contra Renan Calheiros.
Como mostramos no início deste mês, Luiz Fernando Bandeira de Mello, um dos maiores opositores da Lava Jato dentro do conselho, já havia pedido ao corregedor do CNMP, Rinaldo Reis, a obtenção das mensagens. O objetivo é investigar a atuação de Deltan Dallagnol na criação do chamado “fundo da Lava Jato”.
No despacho de hoje, Lewandowski registrou que a defesa de Lula já copiou todos os arquivos apreendidos com hackers. Foi o próprio ministro que liberou à defesa o material no fim do ano passado.
Ele também compartilhou as mensagens com a corregedora-nacional do Ministério Público Federal, Elizeta Maria Paiva Ramos. Neste caso, quer que ela verifique a existência, dentro do órgão, de documentos que registrem negociações da força-tarefa com autoridades americanas e suíças relacionadas ao acordo de leniência da Odebrecht que possam interessar à defesa de Lula.
Há anos, os advogados tentam acessar esses documentos, mas o MPF diz que o material é sigiloso e não há nada que implique o ex-presidente. No ano passado, a Segunda Turma do STF determinou que o juiz Luiz Antonio Bonat enviasse esse material à Corte.
Como os procuradores disseram que não havia material sobre Lula, relacionado às investigações conjuntas em âmbito internacional, Lewandowski liberou à defesa as mensagens roubadas.
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