Como noticiamos mais cedo, deputados da “base raiz” do governo não escondem mais, nos bastidores, a insatisfação com alguns gestos recentes do presidente da República com seus aliados de primeira hora no Congresso.

O deputado Otoni de Paula (PSC), que está com um pé do PTB de Roberto Jefferson, disse a O Antagonista:

“Confesso que bom seria se tivéssemos um presidente que entrasse na frente de todos os tiros que levássemos, mas aí as coisas estariam invertidas: somos nós que levamos o tiro para defender o presidente. Essa é a missão de um deputado bolsonarista. Para isso, votaram em nós.”

No fim de junho, Otoni perdeu a vice-liderança do governo na Câmara após chamar Alexandre de Moraes de “lixo”. Ele esperava apoio do Palácio do Planalto, mas acabou sendo chutado da função por Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo.

“Ramos é Ramos, Bolsonaro é Bolsonaro. Quanto ao estilo do presidente, não podemos reclamar: sempre soubemos que sua vocação era para capitão, e não pra babá. Vida que segue.”

O deputado Junio Amaral (PSL) afirmou ao site:

“Mesmo percebendo essa movimentação de parte da equipe de governo, isso não me deixa ressabiado com o próprio presidente. Confio nele, fui eleito por causa de um movimento que ele iniciou. Essas sinalizações, apesar de incomodarem, não abalam a minha lealdade.”