Leite cobra ação efetiva do governo Lula no apoio ao RS
Governador do Rio Grande do Sul aponta discrepâncias entre as promessas do governo Lula e a execução efetiva após as enchentes
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB, foto), manifestou nesta quarta-feira, 21, sua insatisfação com a atuação do governo federal na assistência ao estado, que enfrenta as consequências de uma grave calamidade climática. Segundo Leite, há uma “desconexão” entre as promessas feitas pelo Palácio do Planalto e o que realmente tem sido entregue.
Durante sua visita a Brasília, onde se reuniu com o presidente Lula, Leite destacou a necessidade de uma maior agilidade e eficiência na liberação dos recursos prometidos ao estado. “Eu agradeço o apoio do governo federal, mas não posso deixar de cobrar e criticar quando necessário. Como governador, é meu dever garantir que o estado receba o que foi prometido, especialmente após um desastre de grandes proporções“, afirmou Leite.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o governador gaúcho tem reiteradamente apontado o que considera ser um “descompasso” entre os anúncios de ajuda e a efetivação dessa assistência no Rio Grande do Sul. “Minha crítica não é para atacar o governo, mas para que haja uma correção, uma melhoria nos processos, para que a população receba o apoio necessário, conforme prometido“, enfatizou.
Encontro com Lula e divergências
Leite participou de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula, onde discutiram medidas para a reconstrução do estado e o fortalecimento da economia regional. Após o encontro, Leite conversou com a imprensa e reiterou suas críticas à execução dos programas de ajuda.
Na semana anterior, em meio a compromissos conjuntos no Rio Grande do Sul, Leite e Lula trocaram críticas públicas. Durante uma entrevista à rádio Gaúcha, Lula comentou que o governador “nunca está satisfeito” e que deveria agradecer pelas ações federais direcionadas ao estado, que enfrentou uma série de desastres climáticos, resultando em 182 mortes e diversas cidades inundadas.
“Fico incomodado às vezes, porque o governador nunca parece estar satisfeito. Ele deveria me agradecer por tudo que o governo federal tem feito pelo Rio Grande do Sul, porque nunca antes o estado foi tratado dessa maneira“, disse o presidente petista.
Em resposta, Leite, durante uma cerimônia de entrega de moradias, argumentou que, apesar da gratidão pelo apoio recebido, é seu dever garantir que o estado receba tudo o que lhe é de direito, especialmente após enfrentar desafios como déficit fiscal, secas consecutivas, a pandemia de Covid e agora as enchentes.
Problemas de execução e propostas
O governador também destacou que houve atrasos significativos no repasse das verbas. “Os recursos não chegaram de forma completa às comunidades necessitadas porque enfrentaram várias barreiras no processo de liberação“, explicou Leite.
Após a reunião no Planalto, Leite expressou preocupações específicas sobre a dificuldade dos setores atingidos, especialmente empresários e agricultores, em acessar os recursos prometidos, devido a burocracias e exigências excessivas. Ele citou o programa de manutenção do emprego e renda, que, embora tenha uma previsão de R$ 1,2 bilhão, até agora só liberou R$ 170 milhões aos interessados.
“Não é que as empresas não precisem desse apoio; o problema é que as regras do programa são muito rígidas, dificultando o acesso aos recursos“, apontou o governador gaúcho.
Ele sugeriu que o governo federal adote medidas semelhantes às implementadas durante a pandemia de Covid, como a redução de jornada e de salários, com compensação financeira da União, para flexibilizar o acesso aos recursos.
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