Laboratório atribui a erro humano infecção de pacientes por HIV
Seis pessoas foram diagnosticadas com HIV após receberem órgãos infectados
O laboratório PCS LAB Saleme, envolvido no caso de infecção por HIV após transplantes de órgãos no Rio de Janeiro, afirmou em nota divulgada neste domingo, 13, que os resultados preliminares de uma investigação interna indicam que um erro humano levou ao contágio do vírus.
“Os resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que resultou na infecção de seis pessoas. A empresa, embora ainda não tenha sido notificada formalmente sobre o andamento das investigações –nem na esfera criminal, nem na administrativa– está à disposição das autoridades”, diz o comunicado.
Na nota, o laboratório afirmou que a técnica em patologia clínica Jacqueline Iris Bacellar de Assis teria informado possuir diploma de biomédica e que assinaria os laudos. No entanto, o comunicado não esclarece quem teria cometido o erro nem em que momento ele ocorreu.
Um dos exames foi assinado por Jacqueline, mas usava o número do Conselho Regional de Biomedicina de Júlia Moraes de Oliveira Lima. O registro de Júlia foi cancelado pelo Conselho no ano passado.
O advogado José Félix, que representa Jacqueline, afirmou que sua cliente desconhece o diploma.
“Jaqueline jamais trabalhou como biomédica, não tem capacitação técnica e nunca teve interesse na função. Sempre atuou no laboratório como supervisora administrativa.”
“Situação sem precedentes”
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) afirmou em nota divulgada na sexta-feira, 11, considerar o caso “inadmissível” e ressaltou que se trata de uma situação sem precedentes.
“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”
Segundo a secretaria, uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.
A contaminação veio à tona em setembro de 2024, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV.
O paciente havia recebido um coração em janeiro daquele ano e não possuía o vírus antes do procedimento. A partir deste caso, as autoridades refizeram o processo e identificaram que outros pacientes também foram infectados.
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