Justiça prorroga prisão de investigados em caso de órgãos infectados por HIV
Tio de ex-secretário de saúde consta na lista
A Justiça prorrogou nesta sexta-feira, 18, a prisão de quatro investigados, entre eles o sócio do Laboratório PCS-Saleme, Walter Vieira, no caso em que seis pacientes foram infectados com órgãos com HIV no Rio.
O Antagonista reproduz abaixo a lista dos quatro presos e suas respectivas atribuições:
- Walter Vieira: sócio do laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Saleme). Ele é tio do deputado federal e ex-secretário de saúde do Rio em 2023, Doutor Luizinho (PP).
- Jacqueline Iris Bacellar: funcionária do laboratório e responsável por assinar um dos laudos que atestaram que um dos doadores não tinha HIV.
- Cleber de Oliveira dos Santos: Biólogo e técnico do laboratório. Responsável por fazer a análise no material encaminhado pela Central Estadual de Transplantes
- Ivanilson Fernandes dos Santos: técnico de laboratório e responsável por fazer análise clínica no material que chegava da Central Estadual de Transplantes
Ministério da Saúde sabia do caso
A ministra da Saúde do governo Lula, Nísia Trindade, admitiu que a pasta confirmou na quarta-feira, 16, que tinha conhecimento dos casos de infecção por HIV em transplantes de órgãos desde o dia 14 de setembro. Nísia, porém, afirmou que não havia motivos para acionar a polícia antes de uma formalização da denúncia.
“Apenas quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada. A partir do momento em que novos casos foram verificados, e que indícios começam a ser levantados, é que eu procurei a Polícia Federal, que é o papel que cabe a uma instância federal“, disse.
Deputado federal é sobrinho de sócio do laboratório
A relação familiar do ex-secretário de saúde do Rio e deputado federal Dr.Luizinho com dois sócios do PCS Lab Saleme, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira e Walter Vieira, primos e tio por afinidade, respectivamente, ficou exposta nesta semana.
O parlamentar comandou a pasta no período de janeiro a setembro de 2023, enquanto o contrato com o PCS Saleme foi assinado em dezembro do mesmo ano, logo após sua saída. O processo de contratação, porém, durou mais de três anos, passando pelo período em que Dr. Luizinho comandava a pasta. Ele nega todas as acusações.
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