Justiça condena Boulos por mentir em propaganda eleitoral
Candidato é penalizado por descontextualização de dados e manipulação de informações sobre o aumento de crimes sexuais em São Paulo
A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou, nesta sexta-feira, 11, o candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) por veicular informações falsas durante o primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita.
A decisão foi proferida pelo juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral, que determinou a retirada imediata da propaganda e concedeu direito de resposta ao candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).
A condenação se deve à alegação feita por Boulos de que o atual prefeito, Ricardo Nunes, seria diretamente responsável pelo aumento do número de estupros na cidade de São Paulo. Segundo o juiz, a afirmação, veiculada na propaganda do candidato, descontextualizou e manipulou informações de uma reportagem que não se referia exclusivamente à capital paulista, mas ao estado como um todo.
Decisão Judicial
Na decisão, o juiz Colombini destacou que a propaganda de Boulos apresentou uma grave deturpação dos dados, utilizando-os de forma equivocada para acusar o adversário.
“Houve grave descontextualização e manipulação de informação constante de dados de (uma) reportagem que não se relaciona sequer à cidade de São Paulo, mas ao estado todo”, afirmou o magistrado.
Além disso, o juiz sublinhou que a declaração de Boulos, ao afirmar que “graças à sua incompetência, São Paulo bateu o triste recorde no número de estupros”, carrega um tom claramente injurioso e difamatório. O uso dessas expressões, segundo Colombini, configurou uma ofensa direta à honra de Nunes, caracterizando uma propaganda eleitoral irregular e caluniosa.
Outras Condenações
Essa não foi a primeira vez que Guilherme Boulos enfrentou problemas judiciais relacionados ao conteúdo de suas propagandas eleitorais.
A Justiça Eleitoral condenou, em 8 de outubro, o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, a retirar vídeos de suas redes sociais nos quais o deputado federal associava o chefe do Poder Executivo paulistano, Ricardo Nunes (MDB), ao tráfico de drogas e ao crime organizado. Boulos responderá também na esfera criminal.
A mentira de Boulos sobre Nunes?
A juíza Claudia Barrichello determinou o direito de resposta e a imediata retirada dos materiais nas redes Facebook, Instagram e Tik Tok por entender que os vídeos impugnados tinham o objetivo de ofender e macular a honra do candidato Ricardo Nunes.
“A vinculação do autor com o crime organizado e a afirmação de que ele praticou violência física contra a mulher já foram enfrentadas pelo Poder Judiciário Eleitoral nestas eleições de 2024, existindo várias condenações do candidato Pablo Marçal por ter feito alegações semelhantes em face do requerente. Assim, tampouco é possível admitir-se que essas acusações sejam feitas pelo candidato Guilherme Boulos”, ressaltou Barrichello.
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