Juscelino será ministro até quando Lula quiser
Ministro das Comunicações foi indiciado por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, declarou que permanecerá no cargo enquanto o presidente Lula “quiser”. A declaração foi dada nesta quarta-feira, 26, durante entrevista ao jornal O Globo.
“Eu sou ministro até quando ele [Lula] quiser. Cargo de ministro é de presidente. Até o dia que ele quiser eu vou cumprir a missão que ele me deu com muita honra, trabalhando pelo Brasil, fazendo o que eu estou fazendo com muita tranquilidade”, afirmou.
Mais cedo, em entrevista ao UOL, o presidente Lula afirmou que o ministro só será afastado se a Procuradoria-Geral da República (PGR) oferecer denúncia com base no pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF). Juscelino Filho foi indiciado por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Segundo Lula, ele e Juscelino conversaram na semana passada durante a ida ao Maranhão. “O que eu disse para ele: a verdade, só você que sabe. Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição. Enquanto não houver indiciamento, ele fica como ministro, se houver indiciamento, ele será afastado. Eu quero que ele seja julgado da forma mais honesta possível”, disse Lula.
Desvio de emendas
Ele foi investigado pelo desvio de emendas parlamentares, no período em que atuava como deputado federal, para a pavimentação das ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, cidade comandada por sua irmã Luanna Rezende. A investigação foi baseada em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre uma das obras ter beneficiado propriedades da família do ministro.
O documento aponta que a pavimentação de 80% de uma estrada financiada com emendas parlamentares de Juscelino beneficiaria apenas o ministro das Comunicações do governo Lula (PT) e seus familiares. A CGU também afirma que o trecho entre as propriedades da família do ministro beneficiado com a pavimentação já havia sido favorecido por uma obra de 2,5 milhões de reais em 2017.
Em nota, o ministro de Lula afirmou que o “indiciamento é uma ação política e previsível”.
“A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”, afirmou.
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