O ministro da Defesa, José Múcio, mantém uma rotina de despachos normal e, conforme interlocutores palacianos que conversaram com ele nos últimos dias, um pedido de demissão está descartado.

Múcio teria relatado em conversas pessoais “plena ciência do fogo amigo”. Ele, no entanto, ainda mostra ressalvas ao comentar sobre a reunião de Lula (PT) com os governadores, ocorrida na noite da segunda-feira (9), e da qual não participou.  

Governistas têm atribuído ao ministro parcela de responsabilidade pelos atos de vandalismo ocorridos no domingo (8). Houve reclamações de que Múcio foi pouco “duro” com os acampados em frente ao Quartel General do Exército.

A resistência desse grupo ao ministro, porém, é anterior. Ainda durante a transição, petistas como Aloízio Mercadante, Gleisi Hoffmann e a própria Dilma Rousseff se mostraram contrários à indicação dele e tentavam emplacar Nelson Jobim.

Também conforme interlocutores que estiveram com o ministro nos dois últimos dias, a estratégia de José Múcio será esperar a poeira baixar. A última conversa do ministro com Lula ocorreu na segunda, antes da reunião com os governadores.