Jair Renan, o prodígio do lobby
Em 2021, o prodígio do lobby Jair Renan deu uma série de demonstrações de sua elevada idade mental. Além de estreitar suas relações suspeitas com empresários com interesses no governo, o filho 04 do presidente investiu na sua carreira de "influenciador digital". Ao longo do ano, Jair Renan postou dezenas de vídeos constrangedores no Tik Tok, fazendo dancinhas e brincadeiras infantojuvenis...
Em 2021, o prodígio do lobby Jair Renan deu uma série de demonstrações de sua elevada idade mental. Além de estreitar suas relações suspeitas com empresários com interesses no governo, o filho 04 do presidente investiu na sua carreira de “influenciador digital”.
Ao longo do ano, Jair Renan postou dezenas de vídeos constrangedores no Tik Tok, fazendo dancinhas e brincadeiras infanto-juvenis.
O 04 participou até de um reallity show transmitido pelo Instagram. Em uma entrevista de altíssimo nível, Renan comentou sobre as mulheres que havia “pegado” durante o confinamento: “Eu sou do estilo quietinho do ‘OFF’. Prefiro fazer as coisas escondido, sem ninguém saber”.
Quando Eduardo Leite se assumiu homossexual, Jair Renan, como não podia deixar de ser, fez uma piada homofóbica em uma churrascaria.
“Vim aqui homenagear a gauchada depois da entrevista do governador deles, aí. Ò, tamo junto, gaúchada. Não ‘daquele jeito’, mas tamo junto.”
Enquanto isso, vinham à tona as suspeitas envolvendo a empresa do filho do presidente. A Crusoé mostrou, em março, que a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empreendimento muito capitalista de Jair Renan, ganhou parte dos móveis de seu escritório de uma empresa que tem contratos com o governo federal.
A Flexi Base, que fez as doações, recebeu R$ 678 mil em contratos com o Executivo.
Jair Renan e seus negócios entraram na mira da Polícia Federal. Um inquérito foi aberto para apurar, entre outras suspeitas, a doação de um carro elétrico de R$ 90 mil para a a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.
O veículo foi um “presente” do grupo Gramazini, do setor de mineração, que, um mês depois, conseguiu uma audiência em um ministério para tratar de interesses comerciais.
Em agosto, veio à tona a informação de que Jair Renan e sua mãe, Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, mudaram-se para uma mansão no Lago Sul, em Brasília, em junho. O imóvel é avaliado em R$ 3,2 milhões.
Mãe e filho alugam a casa por R$ 15 mil mensais, quase três vezes mais do que eles ganham oficialmente. Estranhamente, a propriedade foi adquirida por um corretor de imóveis dias antes que eles se mudassem.
A compra, coincidentemente, foi financiada pelo mesmo banco que financiou a mansão de Flávio Bolsonaro, meses antes: o BRB.
Ainda em agosto, Jair Renan começou a entrar na mira da CPI da Covid. O 04 estava presente em um churrasco na casa de Karina Kufa, advogada de Bolsonaro, em maio. No evento, estava o lobista da Precisa Medicamentos, Marcony Faria.
Mais tarde, o próprio Marcony Faria confirmou à CPI que ajudou Jair Renan a fundar sua empresa, em novembro de 2020. O lobista admitiu que tem uma “relação de amizade” com o filho do presidente.
Ao visitar uma loja de armas, logo após as revelações, Jair Renan publicou um vídeo em suas redes sociais, provocando a comissão: “Aloooo CPI kkkkk”.
Senadores passaram a defender então que ele fosse convocado a depor, o que nunca aconteceu.
Em setembro, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-babá de Jair Renan, afirmou, em entrevista, que a mansão para a qual o 04 e Ana Cristina Valle tinham se mudado foi financiada com dinheiro de rachadinha.
O ex-funcionário, que também atuou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, disse que Ana Cristina, na época casada com o presidente, era quem recolhia o dinheiro devolvido pelos assessores.
Depois da denúncia, o 04 apagou de suas redes sociais postagens em que homenageava o ex-babá. Em uma delas, o filho do presidente dizia: “ensinou muito, especialmente a como se tornar uma boa pessoa”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)