J.R. Guzzo e o desastre de um país sem “horizonte viável”
Em sua coluna de hoje no Estadão, J.R. Guzzo trata do desastre brasileiro na educação, evidenciado mais uma vez com o vergonhoso resultado do país no Pisa...
Em sua coluna de hoje no Estadão, J.R. Guzzo trata do desastre brasileiro na educação, evidenciado mais uma vez com o vergonhoso resultado do país no Pisa.
“O que adianta esquentar a cabeça discutindo se o deputado Rodrigo Maia vai salvar a República dos perigos da ‘polarização’? Ou se os gigantes da nossa ‘engenharia política’, seja isso lá o que for, vão bater um suco de Lula com Luciano Huck, misturar tudo o que há no meio, e tirar daí o segredo do centro-esquerda-moderado-sociológico-popular que vai levar os 200 milhões de brasileiros direto para o céu? Adianta três vezes zero”, afirma.
“Não vai adiantar nunca, quando ninguém mais se lembra, entre todos os condes e viscondes da política e das classes intelectuais deste país, da calamidade social que nos foi anunciada há menos de uma semana. Que calamidade? Coisa simples: na última e mais respeitada avaliação da qualidade da educação no mundo, feita em 2018 em 79 países, o Brasil ficou entre os 20 piores. Nossos jovens, para resumir a ópera, não sabem nada de matemática, ciências e leitura – ou nada que preste para alguma coisa realmente útil. Não há horizonte viável num país assim, é claro. Mas como ninguém está ligando, é assim que o país vai continuar.”
E mais:
“Vamos continuar nos queixando, nas mesas-redondas de televisão e nas palestras para empresários, que o Brasil é um país injusto, que temos de ‘distribuir renda’, que é preciso dialogar com as ‘comunidades’, etc. etc – mas ninguém quer ensinar a moçada a somar fração, perceber o que é um átomo ou entender o que está escrito num texto de quinze linhas, mesmo porque há uma multidão que não sabe escrever um texto de quinze linhas. É inútil, como fazem nove entre dez políticos, comunicadores e cientistas sociais, querer que as pessoas tenham igualdade nos resultados quando não são iguais nos méritos. Não há como ser igual nos méritos, ao mesmo tempo, se o sujeito que sabe menos não teve oportunidades iguais de aprender as coisas que foram aprendidas pelo sujeito que sabe mais.”
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