Itaú é investigado por conflito com Magalu
Itaú é acusado de conflito de interesses na venda da varejista online Kabum para o Magazine Luiza.
Os irmãos Leandro e Thiago Ramos, fundadores do Kabum, a maior plataforma de e-commerce de tecnologia e games da América Latina, estão em uma acirrada disputa judicial contra o Magazine Luiza e o Itaú BBA. O embate teve início após a venda do Kabum ao Magalu por R$ 3,5 bilhões, em julho de 2021, e agora se intensifica com a inclusão da holding Itaú Unibanco no processo.
Os Ramos alegam que houve um conflito de interesses na intermediação da venda, uma vez que o Itaú é sócio do Magazine Luiza na financiadora LuizaCred, com uma participação igualitária de 50%. Segundo os irmãos, o banco exerce um poder de “controle externo” sobre a varejista, indo além de uma simples prestação de serviços financeiros.
Conflito de Interesses na Venda do Kabum
Leandro e Thiago Ramos sustentam que o banco controla as operações financeiras do Magazine Luiza, dado que fatura e lucra com as vendas a crédito e a emissão de cartões de crédito da varejista. Eles argumentam que, quem controla a LuizaCred, controla o Magazine Luiza. Esse controle, segundo os irmãos, seria um elemento crucial do conflito de interesses na venda do Kabum.
Qual o Papel do Itaú na Transação?
O Itaú, na visão dos Ramos, teria interesses particulares vinculados ao faturamento do Magazine Luiza. Esses interesses seriam prejudiciais e minariam a imparcialidade necessária na intermediação da venda do Kabum. Os advogados dos fundadores do e-commerce, do escritório Warde Advogados, expõem uma série de argumentos para firmar a tese do “controle externo” do Itaú. A tese destaca que o banco lucra ao associar-se com o Magazine Luiza nas aquisições de novas empresas, ampliando, assim, os canais de venda financiados pelo próprio Itaú.
Transações Recentes Reforçam a Tese?
Os irmãos Ramos mencionam várias transações recentes para dar suporte à acusação. Citam o aumento de capital da LuizaCred em R$ 1 bilhão, financiado pelo próprio Itaú, além de a construção do maior centro de distribuição do Magazine Luiza ter sido financiada pelo Fundo Kinea, também do Itaú. Essas operações, conforme argumentam, demonstram a relação intrínseca e de dependência entre o banco e a varejista.
Quatro Fatores Fundamentais
Segundo os antigos proprietários do Kabum, a sociedade na LuizaCred é apenas um dos quatro fatores que estabelecem o suposto conflito de interesses. Eles argumentam que o Itaú teria interesse em que a plataforma fosse vendida ao Magazine Luiza por conta do lucro obtido com a operação. Além disso, mencionam que o diretor de fusões e aquisições do Itaú BBA, Ubiratan dos Santos Machado, é cunhado do CEO do Magalu, Frederico Trajano, o que aumentaria a suspeita de favorecimento.
Contestação das Acusações
O Magazine Luiza, por sua vez, não quis comentar as alegações dos fundadores do Kabum. O Itaú BBA, entretanto, contestou firmemente as acusações. Em uma nota oficial, o banco de investimentos afirmou que a venda do Kabum foi conduzida de maneira transparente e diligente, envolvendo mais de 20 players do mercado. Além disso, o Itaú BBA destacou que qualquer ligação entre a venda do Kabum e a oferta de ações do Magazine Luiza é infundada.
Na nota, o Itaú BBA reitera que a operação de compra e venda do Kabum e a oferta subsequente de ações foram conduzidas de maneira independente e seguirem práticas de mercado. O banco enfatizou a parceria de longa data com o Magazine Luiza, apontando que ambos os fatos são públicos e conhecidos, não apenas pelos acionistas do Kabum, mas pelo público em geral.
Conclusão do Processo de Venda
A disputa judicial envolvendo o Kabum, Magazine Luiza e Itaú BBA está longe de ser resolvida. Leandro e Thiago Ramos seguem buscando justiça, alegando um conflito de interesses significativo na intermediação da venda de sua plataforma. A alegação de que o Itaú exercer um papel de controlador externo no Magazine Luiza é central na argumentação dos irmãos, sendo criticada pelo Itaú!
Os desdobramentos desse caso serão cruciais para o entendimento das relações entre instituições financeiras e varejistas no Brasil, especialmente em transações de alto valor e impacto no mercado. Resta acompanhar como a Justiça irá decidir no futuro.
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