Invista com sabedoria: Eletrobras pós-privatização e o potencial dos FMPs
Eletrobras, confira os desafios e perspectivas após privatização.
A privatização da Eletrobras trouxe com ela uma série de expectativas e questionamentos.
A gigante do setor elétrico, responsável por uma grande parcela da geração de energia no Brasil, teve seus papéis valorizados significativamente após o processo, mas será que os investimentos nas suas ações e fundos cumpriram com as promessas feitas aos investidores?
Origens e oportunidades no FGTS
Durante o processo de desestatização no primeiro semestre de 2022, surgiu a possibilidade para os trabalhadores de usar até 50% do saldo do FGTS em investimentos nos Fundos Mútuos de Privatização (FMPs) da Eletrobras.
O objetivo era claro: permitir que o cidadão comum participasse dos lucros de uma das maiores empresas de energia do País, com um aporte mínimo de R$ 200.
Porém, a realidade mostrou-se menos lucrativa do que as ações diretas da empresa.
A questão da rentabilidade
O retorno sobre o investimento em fundos atrelados à Eletrobras ficou em torno de 5,7% entre junho de 2022 e março de 2023, conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria.
Por outro lado, as ações ordinárias da empresa (ELET3) apresentaram uma valorização de aproximadamente 11,86% no mesmo período.
A discrepância entre os retornos suscitou dúvidas sobre a conveniência do uso do FGTS para esses investimentos, especialmente considerando as taxas de administração que podem chegar a 0,50% ao ano e a diversificação obrigatória do portfólio dos fundos, que inclui a alocação em ativos de renda fixa para garantir liquidez.
Vale a pena permanecer no fundo?
A decisão de manter o investimento nos FMPs da Eletrobras depende do perfil do investidor.
Para alguns, a possibilidade de ganhos superiores à rentabilidade do FGTS, atualmente em torno de 3% ao ano mais Taxa Referencial, pode ser atraente.
Analistas, como Joquim Gomes, da RJ+ Investimentos, ressaltam que investimentos em renda variável, requerem uma visão de longo prazo, sugerindo um horizonte de pelo menos cinco anos antes de uma avaliação definitiva.
Melhorias operacionais e otimismo
Desde a privatização, a Eletrobras reportou algumas melhorias em sua performance operacional.
No quarto trimestre de 2023, a empresa anunciou um lucro líquido de R$ 893 milhões, um avanço significativo em relação ao prejuízo de R$ 479 milhões no último trimestre de 2022.
Esses resultados, ainda que impactados por despesas não recorrentes, refletem a redução de custos e um EBITDA ajustado superior ao ano anterior.
Riscos políticos: um fator de volatilidade
Investir nos FMPs da Eletrobras ainda carrega um risco político não desprezível.
Apesar da privatização, o governo federal detém uma participação considerável na empresa, o que pode influenciar a percepção do mercado e introduzir volatilidade nos preços das ações.
Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro do ano passado, por exemplo, afetaram negativamente o valor dos papéis.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)