Investigação de assassinato de advogado expõe suco de Rio de Janeiro
PM suspeito do crime é segurança de filho de bicheiro de escola de samba e já teria executado outra vítima por ter “traído” milícia com traficantes
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta segunda-feira, 4, uma operação para prender dois suspeitos do assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Um deles é o policial militar Leandro Machado da Silva, que também faz a segurança do filho do bicheiro Luizinho Drumond e já teria executado outra vítima por ter “traído” milícia com traficantes, utilizando munição desviada da PM.
O outro suspeito foi identificado como Eduardo Sobreira Moraes.
Embora a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa tivesse mandados de prisão temporária de 30 dias para Leandro e Eduardo, eles não foram localizados e são considerados foragidos.
O crime
O assassinato de Rodrigo Marinho Crespo aconteceu em 26 de fevereiro, no centro do Rio de Janeiro, em um local próximo às sedes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A vítima foi atingida por 18 disparos à queima-roupa em plena luz do dia.
Grupo de extermínio
Em entrevista coletiva, o delegado Felipe Cury, diretor do DHPP, afirmou que Leandro e Eduardo integram um grupo de extermínio.
“Foi um crime com requinte de crueldade, à luz do dia. Foram 18 disparos à queima-roupa que revelam a assinatura de um determinado grupo criminoso que já vem sendo investigado. É um grupo perigoso, que atua mediante a pagamento de contratação independente de quem for a vítima”, disse Cury.
Suco de Rio de Janeiro
De acordo com as investigações, o policial militar Leandro Machado da Silva trabalha como segurança de Vinícius Pereira Drumond, vice-presidente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e filho de Luiz Pacheco Drumond, o Luizinho Drumond, falecido contraventor do jogo do bicho.
Ele também responde pela morte de Charles Augusto Ponciano, executado com 17 tiros durante um churrasco em 4 de dezembro de 2020, em Duque de Caxias. Segundo os investigadores, a munição usada no crime, de calibre 5,56, foi adquirida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2008. e desviada para o assassinato.
Ponciano foi eliminado após ter recebido a visita de um integrante de uma facção criminosa que disputa o controle de Duque de Caxias com a milícia.
Os atiradores que executaram Ponciano também assassinaram Edson Nascimento da Silva no mesmo dia, com 22 disparos. Dois estojos encontrados na cena do crime, de calibre 9mm, foram comprados pelo Exército em 2013.
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