Interceptação indica que secretário de Witzel furou quarentena
Uma interceptação telefônica indica que o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Lucas Tristão, furou medida de isolamento e pode ter contaminado com a Covid-19 Vinicius Peixoto, um dos alvos da Operação Favorito...
Uma interceptação telefônica indica que o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Lucas Tristão, furou medida de isolamento e pode ter contaminado com a Covid-19 Vinicius Peixoto, um dos alvos da Operação Favorito, deflagrada na semana passada e que investiga corrupção em contratos da saúde no estado.
Na ligação, Vinicius, que é filho do empresário Mário Peixoto, suspeito de pagar propina para obter contratos emergenciais firmados em razão da pandemia, informa à mãe que pegou a doença, possivelmente numa visita que Tristão fez ao pai no dia 12 de maio.
“A gente acha que foi um dia que eu estive na casa do meu pai. O Lucas teve né”, diz Vinicius, segundo a transcrição. “Estava lá o Lucas com a esposa”.
A mãe de Vinicius pergunta se era “o Lucas irmão do Matheus”, mas ele responde: “Não, é o Lucas secretário”. “É. Lá no governo todo mundo teve”, afirmou depois.
“O que ele foi fazer na casa dos outros?”, perguntou a mãe de Vinicius.
“Meu pai, ideia de maluco. Todo mundo com corona no governo e chama o cara para ir na casa dele”, respondeu Vinicius, acrescentando que o pai, Mário, fez os exames depois do encontro.
A transcrição da conversa foi apresentada à Justiça pelo MPF para contestar um pedido de liberdade apresentado por Mário Peixoto, sob o argumento de que ele poderia contrair a Covid-19 na cadeia e desenvolver um quadro grave — ele tem 61 anos e hipertensão.
“Além de demonstrar o possível contato recente e íntimo com integrante do atual governo (Lucas Tristão), fato sob investigação, o diálogo acima deixa claro que, muito embora Mário Peixoto alegue estar no grupo de risco da pandemia do coronavírus, o próprio investigado não adota as recomendações técnicas de prevenção ao contágio, o que permite concluir que o fato de estar recolhido em um estabelecimento prisional, que vem adotando as cautelas sanitárias, não representa agravamento de risco de contaminação que existe caso permanecesse em liberdade”, afirmou o MPF no parecer contrário à liberdade.
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