INSS: o líder inesperado dos processos judiciais no Brasil
INSS lidera ranking de instituições mais processadas no Brasil.
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Deixando para trás grandes bancos e diversos órgãos estaduais, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se destaca como a entidade mais acionada judicialmente no país.
Atualmente, o órgão figura no topo da lista com impressionantes 3,8 milhões de processos ativos, constituindo 4,5% do total de casos pendentes na esfera judicial brasileira.
Esse fenômeno é atribuído, em grande parte, aos obstáculos gerados por problemas com perícias médicas e falhas operacionais.
Quais são os principais gargalos que impactam o INSS?
Segundo o relatório “Justiça em Números”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os empecilhos mais significativos para o INSS estão relacionados aos benefícios por incapacidade.
Isso inclui problemas no processo de análise de documentos e a morosidade administrativa, o que, muitas vezes, leva os cidadãos a buscar amparo judicial para garantir seus direitos previdenciários.
Como os beneficiários são afetados por esses processos?
Os segurados buscam o judiciário principalmente para resolver pendências de aposentadorias por invalidez e especial, além de auxílios-doença.
A longa espera por uma resolução e a falta de reconhecimento de direitos básicos, como foi o caso do eletricitário Ricardo Motta, são exemplos claros da experiência frustrante de muitos brasileiros.
Essa realidade não só sobrecarrega o sistema judicial, como também prolonga o sofrimento dos beneficiários.
Que medidas estão sendo implementadas para reduzir a litigiosidade?
A advogada especialista em Direito Previdenciário, Jeanne Vargas, cita que uma atuação mais eficiente nas instâncias administrativas poderia impedir que processos simples chegassem aos tribunais.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, revela que a implementação do sistema Atestmed, que facilita o envio de documentos médicos de forma digital, já mostra indícios de diminuição das demandas judiciais.
Stefanutto reconhece que, apesar dos esforços recentes, o número de processos ainda é preocupante e reitera que melhorias no sistema de gestão e nas políticas de análise são essenciais para mudar esse cenário.
Com cerca de 16% dos benefícios sendo concedidos apenas após decisões judiciais, o Brasil se destaca negativamente em comparação a sistemas previdenciários de outros países.
Seguir uma trajetória de enfrentamento desses desafios é vital para garantir que os direitos dos contribuintes sejam assegurados de maneira justa e eficaz, sem que seja necessário um envolvimento tão grande do sistema judiciário.
Ações assertivas podem beneficiar milhões de brasileiros, aliviando o peso sobre o sistema de justiça e sobre o próprio INSS.
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