Indústria da moda se transforma com produção acelerada para inverno
A Renner tem se destacado na indústria da moda com estratégias eficazes de produção acelerada, garantindo seu sucesso no mercado.
Invernos mais quentes têm impacto significativo nos resultados das varejistas de moda. No último inverno, por exemplo, a Lojas Renner vivenciou tais desafios, mas conseguiu uma notável recuperação. Um ano atrás, sua margem bruta caiu para 53,9% no segundo trimestre devido ao aumento dos custos e à temperatura inesperadamente alta.
No entanto, entre abril e junho de 2023, a margem aumentou para 56,2%, mesmo com dificuldades como a adaptação ao novo centro de distribuição e as enchentes no Rio Grande do Sul, onde se localiza a sede da empresa.
Essa recuperação ocorreu graças a coleções adaptadas ao clima mais quente e a uma produção acelerada, algo fundamental diante da concorrência acirrada com varejistas chineses. Desde meados de 2023, a Renner passou a produzir 40% de suas peças durante o próprio inverno, garantindo assim a atualização constante das lojas com as tendências mais recentes.
Qual o segredo por trás da produção acelerada da Renner?
Embora essas mudanças tenham se intensificado e apresentado bons resultados recentemente, o processo de transformação iniciado pela Renner remonta aos anos 2000. Naquela época, o ciclo de produção das coleções era bastante longo, com planejamento realizado com muita antecedência. Segundo o CEO, Fabio Faccio, a empresa aprendeu que na moda, mais importante que a escala de produção é ter o produto certo no momento certo.
A metodologia de produção acelerada usada pela Renner se assemelha ao modelo da Inditex, que realiza testes antes de escalar os produtos. O grande diferencial está na resposta rápida ao mercado e na capacidade de produzir uma parte significativa das coleções durante a estação de venda.
Adaptação às mudanças climáticas
A imprevisibilidade do clima tem sido um fator de alto risco para varejistas de moda. Invernos menos frios e mais curtos exigem uma rápida adaptação das coleções para evitar estoques excedentes de produtos pesados. Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, aponta que as empresas têm buscado produzir peças voltadas para temperaturas mais amenas, minimizando riscos e otimizando estoques.
Nesse sentido, a Renner tem adotado estratégias como aumentar a participação de produtores nacionais, principalmente para tecidos como moletom e malha retilínea. Com fornecedores mais próximos, a empresa consegue ajustar a produção conforme a demanda e as condições climáticas de cada momento.
Outras varejistas também apostam na flexibilidade
A Renner não é a única a adaptar-se de forma eficiente às mudanças climáticas. A C&A, por exemplo, conseguiu um crescimento de 13,1% na receita de vestuário no segundo trimestre de 2024, impulsionado por sua habilidade de resposta rápida a um inverno mais ameno. O CEO da C&A, Paulo Correa, destaca que o relacionamento com fornecedores foi crucial para garantir estoques adequados às altas temperaturas inesperadas.
Na Riachuelo, o mesmo movimento foi observado. A empresa registrou um aumento na margem bruta de vestuário devido à utilização eficiente de sua capacidade operacional e à otimização dos estoques, mantendo um equilíbrio entre qualidade e volume.
A evolução do mercado de moda
Essas mudanças reforçam a importância de uma produção flexível e responsiva no setor de moda. A chegada de competidores como Shein, que operam com o modelo ultra fast fashion, trouxe novas dinâmicas ao mercado, exigindo que empresas tradicionais se adaptem rapidamente às novas realidades.
Em conclusão, a capacidade de adaptação rápida ao clima e ao mercado tem se mostrado essencial para o sucesso das varejistas de moda. Com estratégias bem-sucedidas, como produção acelerada e coleções adaptadas, Renner, C&A e Riachuelo estão conseguindo melhorar suas margens e atender suas demandas de forma mais eficiente.
Esse cenário aponta para um futuro onde a flexibilidade e a agilidade serão cada vez mais determinantes para o sucesso na indústria da moda, garantindo que as empresas estejam sempre alinhadas às tendências e necessidades dos consumidores.
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- Adaptação rápida às mudanças climáticas
- Aumento da participação de produtores nacionais
- Resposta eficiente ao mercado
- Modelos de negócios flexíveis e responsivos
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