Incêndios já causaram duas mortes em São Paulo
Queimadas em várias regiões do estado resultam em tragédias e suspensão de aulas; autoridades investigam possíveis ações criminosas
Os incêndios que varreram diversas regiões do estado de São Paulo nos últimos dias deixaram um rastro de destruição, resultando em duas mortes e 66 feridos, conforme informações da Defesa Civil. As chamas, que atingiram principalmente áreas de vegetação, não apenas causaram tragédias humanas, mas também interromperam serviços essenciais e geraram uma crise de saúde pública.
Em Altinópolis, localizada na região de Ribeirão Preto, 60 pessoas necessitaram de atendimento médico após inalarem a fumaça proveniente dos incêndios em áreas de vegetação. Já na cidade de Bebedouro, seis indivíduos ficaram feridos em um engavetamento na rodovia Armando Sales de Oliveira (SP-322) na última quinta-feira (22), em função da visibilidade reduzida causada pela fumaça.
De acordo com reportagem a Folha de S. Paulo, em Urupês, a situação foi ainda mais trágica: dois funcionários de uma usina morreram na sexta-feira, 23, enquanto tentavam combater as chamas. Além disso, a Defesa Civil reportou que aproximadamente 80 pessoas estão desalojadas em todo o estado devido ao avanço dos incêndios.
Escolas fechadas e medidas de saúde adotadas
Em resposta ao agravamento da qualidade do ar e ao acúmulo de fuligem, a Prefeitura de Ribeirão Preto decidiu suspender as aulas em todas as escolas municipais nesta segunda-feira, 26.
A decisão foi tomada pela Secretaria de Educação após constatar que a fuligem presente nas instituições de ensino poderia representar um risco significativo à saúde de alunos e funcionários.
“A prioridade é garantir a saúde das crianças e dos colaboradores. Todas as unidades escolares passarão por um processo de higienização rigorosa para eliminar os resíduos de fuligem e prevenir problemas respiratórios, especialmente em bebês e crianças,” afirmou a Secretaria em comunicado oficial.
Suspeitas de incêndios criminosos
Em meio ao cenário de destruição, a Polícia Federal abriu duas investigações no domingo, 25, para apurar possíveis ações criminosas relacionadas às queimadas no estado de São Paulo.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que a rápida intensificação dos incêndios a partir da última quinta-feira, 22, levanta suspeitas de que a origem dos focos seja resultado de ação humana deliberada.
Essa hipótese de ato criminoso também foi endossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que utilizou suas redes sociais para ressaltar que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não identificou nenhum incêndio causado por fatores naturais na região. “Isso indica que há pessoas acendendo fogo de forma ilegal, mesmo após os estados terem sido notificados e proibido o uso de fogo para manejo”, disse o presidente.
Plano emergencial para a saúde
Diante da gravidade da situação, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), viajou para Ribeirão Preto no domingo para anunciar medidas emergenciais voltadas à saúde pública. O governo estadual implementou um plano emergencial para reforçar o atendimento de casos respiratórios, com foco em áreas afetadas pela fumaça e pela baixa umidade do ar.
Uma das medidas inclui a ampliação dos serviços de telemedicina, oferecendo consultas de triagem e monitoramento de condições respiratórias, visando reduzir a sobrecarga nas unidades de saúde locais.
“Cada município receberá um link específico para atendimento em telemedicina, com pediatras e pneumologistas disponíveis 24 horas por dia, garantindo um melhor direcionamento dos pacientes, seja para tratamento em casa ou no hospital”, explicou Tarcísio.
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