Incêndio assola Floresta Nacional de Brasília em meio a seca histórica
Umidade relativa do ar atingiu níveis críticos na região, chegando a apenas 7% , tornando-se o dia mais seco da história do Distrito Federal, de acordo com o Inmet.
Um enorme paredão de fumaça tomou conta dos céus do Distrito Federal nesta terça-feira, 03, visível a quilômetros de distância, resultado de um incêndio na Floresta Nacional de Brasília (Flona), que trouxe consigo uma série de desafios para os bombeiros, especialmente pela falta de chuva que já dura 134 dias – a última precipitação foi registrada em 23 de abril, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A umidade relativa do ar atingiu níveis críticos na região, chegando a apenas 7% às 16h na área do Gama, tornando-se o dia mais seco da história do Distrito Federal, de acordo com o Inmet.
Este índice supera o recorde anterior de 8% registrado em setembro de 2011.
Incêndio na Floresta Nacional de Brasília
O incêndio que assola a Flona não está controlado, conforme informam os bombeiros.
Fatores como altas temperaturas, clima extremamente seco, ventos intensos e chamas altas estão dificultando o trabalho das equipes no local, que utilizam equipamentos básicos como bombas costais de 20 litros, abafadores e sopradores.
Clima influencia no combate ao incêndio
O clima seco e extremamente quente registrado no Distrito Federal não só facilita a propagação das chamas, como também dificulta significativamente seu combate.
Sem chuvas há mais de quatro meses e com umidade atingindo níveis recordes de baixa, os bombeiros encontram sérios obstáculos em alcançar e controlar as áreas afetadas pelo fogo.
Outro desafio é o fato de que as viaturas de água não conseguem chegar até as chamas devido ao difícil acesso do local.
Além disso, os helicópteros do Corpo de Bombeiros não estão disponíveis para auxiliar, pois encontram-se em manutenção e não há pilotos disponíveis para operá-los.
Suspeita de incêndio criminoso na Flona
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há fortes suspeitas de que o incêndio tenha sido provocado deliberadamente.
Três pessoas foram vistas próximas ao local antes do início das chamas, o que levanta a hipótese de crime ambiental.
O extenso impacto da devastação na Flona
Até o momento, cerca de 1.200 hectares da Floresta Nacional de Brasília foram devastados pelo fogo.
Os dados se tornam ainda mais alarmantes quando observados no contexto do ano atual.
De janeiro a agosto de 2024, a área queimada no Distrito Federal já é 29% maior que a registrada em todo o ano de 2023.
- De janeiro a dezembro de 2023: 9.991 hectares queimados
- De janeiro a agosto de 2024: 12.944,4 hectares queimados
Somente em agosto, foram queimados 5.005 hectares, mostrando um aumento de 38% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Em agosto de 2024, foram registradas 2.065 ocorrências de incêndio, demonstrando a gravidade da situação.
Enquanto os bombeiros continuam a batalha incessante para controlar as chamas na Flona, a tragédia serve como um alerta para a gravidade das condições climáticas e a necessidade urgente de medidas preventivas e políticas ambientais rigorosas para evitar futuras catástrofes.
Por mais desafiadora que a situação pareça, ela destaca a bravura e a dedicação dos profissionais envolvidos no combate ao fogo e a importância da conscientização e da colaboração da população para a preservação do meio ambiente.
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