“A impressão que tenho é que foi uma indicação política”, diz uma das criadoras da Apex
A economista e ex-ministra Dorothea Werneck ajudou a desenvolver o projeto da Apex, no fim da década de 1990, no segundo governo FHC. Diante da confusão envolvendo o comando da agência, ela disse a O Antagonista que o órgão tem que se blindar de interferências políticas para continuar cumprindo seu papel...
A economista e ex-ministra Dorothea Werneck ajudou a desenvolver o projeto da Apex, no fim da década de 1990, no segundo governo FHC.
Diante da confusão envolvendo o comando da agência, ela disse a O Antagonista que o órgão tem que se blindar de interferências políticas para continuar cumprindo seu papel.
“A Apex tem um papel a cumprir, mas perdeu o foco, se diversificou muito, passaram a ter essa história de escritório no exterior”, comentou ela, que tocou a agência durante quase quatro anos.
Sobre Alex Carreiro, que foi demitido pelo ministro das Relações Exteriores, mas ainda não deixou o cargo, ela afirmou:
“A impressão que tenho é que foi uma indicação política, não técnica. Mas ainda estou achando isso estranho. Eduardo Bolsonaro parece ser muito ligado ao novo ministro, como ele indicaria alguém sem consultar o ministro?”
Para Dorothea, o cerne da questão passa por definir claramente se a Apex é independente ou ligada ao Itamaraty — a equipe de Jair Bolsonaro decidiu que a agência ficaria no guarda-chuva do Ministério de Relações Exteriores.
“A Apex é do Itamaraty ou não? Se é do Itamaraty, ao meu ver, cabe ao ministro indicar o presidente. Se é independente, a história muda.”
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