Hugo Motta vai lançar campanha com ‘governança’ e ‘diálogo’ como mote
Apoiadores do deputado acreditam na cooptação da direita bolsonarista e no aval do presidente Lula para o apoio da base governista
Depois de reunião em que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou que apoiará Hugo Motta (Republicanos-PB) para sua sucessão, o deputado já definiu o tom que adotará para emplacar campanha pela ocupação da cadeira mais alta da Câmara dos Deputados. “Governança e diálogo” serão temas usados pelo paraibano para consolidar alianças.
Aliados do parlamentar confirmaram a O Antagonista que a campanha em preparação reflete o perfil conciliador e equilibrado atribuído por eles mesmos ao congressista. Integrantes de seu entorno avaliam que essas características são centrais para sua estratégia política e que devem nortear as próximas etapas de sua atuação.
Apoiadores de Hugo Motta também acreditam na cooptação da direita bolsonarista e no aval do presidente Lula para o apoio da base governista ao deputado. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Netto, antecipou que tem simpatia pelo líder do Republicanos.
De acordo com os interlocutores, nos próximos dias Lira levará à imprensa o conteúdo do que foi anunciado, a portas fechadas, para os líderes da Câmara.
Diálogo é estratégia
Se para Motta ‘diálogo’ é estratégia. Por outro lado, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), perde espaço por ser acusado de ‘estrelismo’. A avaliação de que o ‘baixo clero’ da Câmara não vai aderir à campanha de Nascimento foi, segundo os bastidores do Congresso, determinante para a escolha de Lira. Diálogo’ não é o forte do baiano, conforme os relatos de deputados e assessores.
Implosão
Como mostramos, a corrida pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara dos Deputados tomou novos rumos com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Agora, Hugo Motta (PB) – líder do partido da Casa – é visto como um candidato que poderia agregar tanto votos da oposição quanto da base do governo Lula.
A candidatura de Motta tem a simpatia do presidente Lula, mas é vista com desconfiança por alguns integrantes do PT. Isso porque, Motta é próximo de Ciro Nogueira, presidente do PP, e votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Ele também foi da base governista ao longo do governo Michel Temer (MDB).
Além disso, alguns petistas argumentam que Hugo Motta tem um histórico de embates públicos com o governo. Mesmo após a nomeação de Silvio Costa Filho como ministro de Portos e Aeroportos, que selou a entrada do Republicanos na base do governo, Motta manteve sua postura independente e de oposição, e declarou que a escolha de Filho foi pessoal de Lula.
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