Dois homens, suspeitos de incendiar dois ônibus durante um protesto em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, foram presos durante a manifestação na noite da última segunda-feira (8). A mobilização acontecia em reação à morte de um jovem pela Polícia Militar e, até então, acontecia de maneira pacífica na Avenida Amazonas, na região Oeste da capital.

Suspeitos foram reconhecidos por policiais que acompanhavam o protesto

Segundo a Polícia Militar, os suspeitos têm 20 e 17 anos e foram reconhecidos por militares que participavam da operação. Com eles, a polícia apreendeu um isqueiro e um galão contendo líquido inflamável.

“Eles param o ônibus, mandam todo mundo descer e colocam fogo no veículo”, relata o tenente Rubens. Dessa forma, a ação rápida da polícia conseguiu realizar o cerco e efetuar a prisão dos suspeitos.

Protesto organizado por moradores após morte de jovem

Entretanto, ambos negaram o envolvimento no incêndio. Segundo os suspeitos, estavam no local da manifestação quando a polícia iniciou os disparos contra a multidão. Nesse momento, outros dois homens teriam passado por eles, entrado nos coletivos e iniciado os incêndios.

A manifestação foi organizada por moradores do Bairro Cabana do Pai Tomás, em protesto contra a morte do jovem de 20 anos, Edgar Coelho, conhecido como Riquinho. Ele foi morto por policiais militares no domingo (7).

Acusação de execução por policiais

Nas redes sociais, conhecidos e vizinhos de Riquinho afirmam que ele teria sido vítima de execução pelos militares. Durante a ação, os policiais ainda teriam forjado a posse de armas pela vítima.

Na segunda-feira, inúmeras pessoas protestaram contra a ação. Vestindo camisas brancas, com os dizeres “Justiça por Edgar Riquinho. Favela pede paz”, o grupo fechou os dois sentidos da Avenida Amazonas, na altura do Bairro Vila Alegre.

De acordo com o policial Rubens, Riquinho era conhecido da corporação, sendo considerado um dos líderes do tráfico de drogas na região. Durante a abordagem, Edgar teria reagido e trocado tiros com os policiais. Ele ainda teria sido socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.