No início da madrugada da última quarta-feira (17), um vendedor de automóveis, identificado como Dayverd da Silva, de 25 anos, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sob acusação de forjar o próprio sequestro. Segundo informações fornecidas pela Delegacia Antissequestro (DAS), Silva teria confessado a tentativa de fraude com o objetivo de levantar R$ 40 mil para quitar dívidas resultantes de apostas esportivas.

O “sequestro” falso

Silva atuava como vendedor na loja de automóveis de seu sogro, situada no bairro de Ramos. Devido a sua posição, ele tinha permissão para acessar a conta bancária da empresa. Dessa conta, de acordo com as investigações policiais, o rapaz desviou fundos para realização de apostas em sites e aplicativos especializados.

De acordo com a polícia, na tentativa de recuperar o montante perdido, o jovem decidiu planejar um falso sequestro. Silva relatou à polícia que chegou a pagar R$ 100 a um homem em situação de rua para agredi-lo com uma vara de goiabeira, visando simular seus ferimentos de sequestro. O Pix do sem-teto foi indicado como destinatário do suposto resgate.

Comunicação com a família

Após organizar a encenação, Silva se dirigiu a uma área isolada entre o Complexo do Alemão e o Morro do Sapo. De lá, simulou a sequência de um sequestro através de fotos enviadas aos parentes, mostrando seus ferimentos e sugerindo que ele estaria amordaçado.

Em um primeiro contato, solicitou à prima de sua esposa um resgate no valor de R$ 100 mil. Entretanto, perante a demora do depósito, enviou uma nova mensagem exigindo a quantia menor de R$ 40 mil. Segundo relatos de Silva aos policiais, diante da ausência de depósito em ambas as ocasiões, resolveu divulgar uma terceira mensagem à família, comunicando que havia conseguido a “liberação dos sequestradores”.

A confissão do crime

O falso sequestrado retornou então ao estabelecimento do sogro e foi encaminhado para prestar depoimento à Delegacia Antissequestro. No local, optou por confessar a farsa à família e admitir que havia planejado a encenação do sequestro. Diante da confissão, Silva foi preso em flagrante pelo crime de estelionato, e não lhe foi concedido o direito à fiança.

Essa ação criminosa serve de alerta para o perigo das apostas esportivas e como as dívidas relacionadas a este hábito podem levar a atos desesperados e ilegais.