Heleno, o ministro que diminuiu de tamanho
Durante a campanha presidencial, dizia-se que Jair Bolsonaro seria tutelado pelos generais quando assumisse o mandato. O que ocorreu em 2019 foi o contrário. Esperava-se, por exemplo, que o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, fosse enquadrar os filhos do presidente. Mas o que se viu neste ano...
Durante a campanha presidencial, dizia-se que Jair Bolsonaro seria tutelado pelos generais quando assumisse o mandato. O que ocorreu em 2019 foi o contrário.
Esperava-se, por exemplo, que o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), fosse enquadrar os filhos do presidente. Mas o que se viu neste ano foram os herdeiros de Bolsonaro, principalmente Carlos, o 02, desafiando os ministros generais.
Em julho, por exemplo, Carluxo lançou suspeitas sobre o GSI e disse que não andava com os seguranças oferecidos pelo gabinete a familiares do presidente porque eles “estão subordinados a algo que não acredito”.
Carlos começou a pegar no pé do general desde o episódio em que um militar da FAB foi preso na Espanha com 39 quilos de cocaína.
Por causa do episódio, Heleno teve de explicar a deputados as circunstâncias em que o militar foi escolhido para integrar a equipe de segurança da operação.
Em audiência na Câmara, o ministro afirmou que aquilo não aconteceria outra vez.
Disse ainda que as críticas de Carlos a seu trabalho se devem ao “trauma” que o vereador carrega pelo atentado sofrido por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora.
Carluxo, irritado, correu para o Twitter e rebateu o general: “Sou tremendamente traumatizado com o que pode acontecer com um presidente honesto”.
Heleno, contudo, defendeu o governo Bolsonaro em todas as oportunidades que teve.
Em junho, durante café da manhã com o presidente, o general perdeu a paciência com os ataques de Lula a Bolsonaro: “Tinha que tomar uma prisão perpétua”.
Foi o único ministro a subir em palanque em ato de desagravo a Sergio Moro, no meio do ano.
Também mandou Fernando Henrique Cardoso calar a boca depois que o tucano criticou o governo. E até minimizou a fala de Eduardo Bolsonaro sobre um novo AI-5 (depois, recuou).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, lamentou as declarações de Heleno sobre a declaração de Eduardo e disse que o general “virou um auxiliar do radicalismo do Olavo”.
Um insulto.
Quem conhece Heleno sabe que não há nada pior para ele do que ser comparado a Olavo de Carvalho.
De qualquer forma, no balanço de 2019, Heleno diminuiu de tamanho.
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