Hacker diz que Bolsonaro tinha grampo do ministro Alexandre de Moraes
O hacker Walter Delgatti Neto afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe disse que obteve um grampo do ministro do Supremo...
O hacker Walter Delgatti Neto afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe disse que obteve um grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A declaração de Bolsonaro teria ocorrido durante uma ligação mediada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).
“Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro e ele [Bolsonaro] precisava que eu assumisse esse grampo. A informação que eu tenho é que ele já estava grampeado. Já existia o grampo. Segundo ele [Bolsonaro], naquela data, havia um grampo concluído”, disse o hacker.
Ainda de acordo com Delgatti, partiu da Zambelli o pedido para que ele invadisse os sistemas de órgãos do Poder Judiciário. “Fiquei por 4 meses na intranet (sistema interno de comunicação) da Justiça Brasileira, no CNJ e no TSE”, completou.
“Eu falei com o presidente da República [Jair Bolsonaro] e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes”, diz o hacker Walter Delgatti na CPMI do 8 de janeiro. https://t.co/KXZJULzK2T pic.twitter.com/OwQOcvpnYL
— O Antagonista (@o_antagonista) August 17, 2023
Delgatti disse ainda que Bolsonaro lhe prometeu um indulto caso ele fosse preso por invadir as urnas eletrônicas. Segundo o hacker, a promessa foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, próximo às eleições do ano passado.
“[Bolsonaro disse] ‘Não entendo nada da parte técnica, preciso que você vá ao Ministério da Defesa e converse com os técnicos’. A ideia era que eu receberia um indulto do presidente”, afirmou o hacker.
Delgatti disse que chegou a ir quatro vezes ao Ministério da Defesa a pedido de Bolsonaro. Ele disse que participou de reuniões com o então ministro Paulo Sérgio Nogueira e ministros da pasta.
Depoimento
Ao longo do depoimento, Delgatti disse que chegou por acaso às mensagens dos procuradores da Operação Lava Jato. Também contou detalhes de sua aproximação com Zambelli e detalhou o que seria o plano do grupo de Bolsonaro para expor a fragilidade das urnas eletrônicas.
“Essa apresentação iria explicar à sociedade e a quem estivesse no dia 7 de Setembro que era possível que aquela urna, que era possível que aquela urna, que se vê no dia das eleições, imprimir outro voto — a ideia era essa”, descreveu.
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