“Governo vai ter problemas”, avalia líder do Congresso sobre crise das emendas
Presidente da FPE alertou para o clima de desconfiança entre os parlamentares em relação à suposta influência do governo no bloqueio das emendas
“Alguém acredita que o ministro Flávio Dino está fazendo isso[bloqueio das emendas] sem o apoio do governo?“. É o que questiona o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE). Em entrevista a O Antagonista, ele responde: “Não. Ninguém acredita. O governo vai ter problemas sérios esse ano.Isso vai se refletir nas votações. Não estou afirmando que o ministro age dessa forma, servindo ao governo. Estou dizendo o que está na cabeça de qualquer deputado”. A FPE representa 208 deputados e 49 senadores.
Na avaliação do presidente da Frente, a condução dada pelo STF para o bloqueio das emendas parlamentares “ficou ruim”. Ele explica: “O Dino fez uma coisa que, na prática, ficou errada. Aquilo [encerramento das comissões para alterar o destino das emendas], feito ao bel prazer de alguns líderes, é um absurdo. Mas a decisão em si prejudicou todas as emendas e deixou prefeitos sem dinheiro para pagamento de folha”, reclamou o parlamentar.
O deputado mencionou o controle das chamadas “emendas PIX”, originadas no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que, segundo ele, coopera para a transparência das verbas. Quanto às emendas de bancada, ele ressaltou que “têm nome e sobrenome”, enfatizando a possibilidade de rastreamento.
Dever de casa
Passarinho acredita que o aperfeiçoamento das emendas de comissão deve ser uma pauta prioritária na próxima gestão das presidências da Câmara e do Senado. “Alguns líderes têm o poder de mudar tudo. E os pobres mortais não participam. Alguma coisa tem que ser feita, se não vamos ter esse problema a vida toda”.
A batata está com Alcolumbre
O parlamentar também acredita que, ao contrário do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito na disputa pelo comando da Casa Alta,deverá ter uma atuação mais enérgica em relação ao tema. “É uma análise minha. Pacheco não quis se meter. A briga não é mais com ele. É com Alcolumbre, que não tem sangue mineiro”.
Câmara é alvo ?
Perguntado sobre o porquê da Câmara ser alvo frequente das intervenções de Dino, o parlamentar frisou: “Com o Senado é diferente. O Senado pode cassar [os ministros do STF]”.
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