Governo ofereceu cargos pela morte de ex-PM ligado à família Bolsonaro, diz irmã
Uma escuta telefônica realizada pela Polícia Civil do Rio há 2 anos mostra uma irmã do ex-PM Adriano da Nóbrega (foto) acusando o governo de Jair Bolsonaro (PL) de oferecer cargos comissionados em troca da morte do ex-capitão, diz a Folha...
Uma escuta telefônica realizada pela Polícia Civil do Rio há 2 anos mostra uma irmã do ex-PM Adriano da Nóbrega (foto) acusando o governo de Jair Bolsonaro (PL) de oferecer cargos comissionados em troca da morte do ex-capitão, diz a Folha.
Daniela da Nóbrega disse a uma tia, dois dias após a morte do irmão numa operação policial na Bahia, que ele soube de uma reunião envolvendo seu nome no Planalto e que queriam transformá-lo em um “arquivo morto”.
“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, afirmou Daniela, na gravação autorizada pela Justiça no âmbito da Operação Gárgula.
Tatiana da Nóbrega, outra irmã do capitão, chegou a dizer em um dos áudios que a ordem para matar Adriano partiu de Wilson Witzel, então governador do Rio. “Foi esse safado do Witzel, que disse que se pegasse era para matar. Foi ele”, afirmou.
Adriano foi morto em fevereiro de 2020, depois de mais de um ano foragido sob acusação de comandar a maior milícia do Rio. O ex-PM também era suspeito de envolvimento no suposto esquema da rachadinha no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL) na Alerj.
As suspeitas sobre as circunstâncias da morte foram levantadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro à época. Ele e seu filho 01 defenderam uma perícia independente na análise da ocorrência.
O presidente tinha vínculos com Adriano pelo menos desde 2005. Naquele ano, durante um discurso na Câmara, ele criticou criticou a condenação do então tenente da PM por causa da morte de um flanelinha numa operação policial.
Em 2007, a então esposa do ex-PM, Daniella Mendonça, ganhou uma cargo no gabinete de Flávio na Alerj. Em 2016, foi a vez da mãe de Adriano. As duas também são acusadas de envolvimento no caso da suposta rachadinha.
Procurados, o Palácio do Planalto e a defesa de Daniela não se manifestaram sobre as gravações.
Ouça o áudio obtido pelo jornal Folha de S.Paulo:
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)