Como a base governista conseguiu adiar a votação do PL da anistia
A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), foi obrigada a encerrar a reunião do colegiado
Depois de perder na articulação de requerimentos de inclusão extrapauta, integrantes do governo Lula pressionaram o presidente da Câmara, Arthur Lira, pela abertura da ordem do dia da Câmara dos Deputados para paralisar os trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que apreciava o projeto de lei que anistia presos do 8 de janeiro.
A expectativa, porém, é que o caso volte à pauta nesta quarta-feira.
O regimento interno da Câmara não autoriza o funcionamento de uma comissão enquanto a pauta do plenário está em andamento. Após o início da sessão plenária, a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), foi obrigada a encerrar a reunião do colegiado. O relatório da proposta sequer foi lido.
Com mostrou O Antagonista, fracassou a estratégia governista de retirar deputados da audiência desta terça-feira, 10, para travar a votação do ‘projeto de lei da anistia’.
A reação da base governista se dá pela convicção do Planalto de que a redação elaborada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SP) beneficiará o ex-presidente, Jair Bolsonaro.
O projeto tem o objetivo de anistiar “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas”, define o relatório assinado pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
O Antagonista apurou sobre movimentações no Progressistas, presidido por Ciro Nogueira (PP-PI) para beneficiar a votação do projeto. O deputado Evair de Melo (PP-ES) confirmou que assumiu a titularidade da CCJ para favorecer o projeto.
O empenho do Progressistas coincide com a declaração da presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC) sobre o empenho de partidos de centro durante a audiência. A motivação seria a intervenção da Suprema Corte sobre as emendas impositivas.
“Com o apoio dos partidos de centro, por conta das emendas, nós tivemos a felicidade de não ter a retirada de pauta desses projetos. E se continuar nesse sentido, nós acreditamos que teremos votos suficientes para aprovar. […] Já passou da hora de o Congresso Nacional se manifestar sobre os excessos e abusos do poder Judiciário, de alguns de seus membros”, ponderou.
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