Governo do RJ repassa R$ 150 milhões para UERJ após ocupação
Parte do valor será usada para auxílios emergenciais a alunos excluídos de nova bolsa
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) receberá um repasse de R$ 150 milhões do Governo do Estado, como parte de uma suplementação orçamentária destinada a cobrir diversas despesas até o final do ano.
Parte desse valor será utilizada para conceder auxílios financeiros a estudantes que foram excluídos dos novos critérios da Bolsa Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVS).
A mudança nos critérios da BAVS, estabelecida pelo Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA) 038/2024, gerou uma onda de revoltas entre os estudantes, levando à ocupação de prédios da UERJ. A nova regra reduz a renda mínima para elegibilidade, de um salário mínimo e meio para meio salário mínimo, o que excluiu cerca de 1.200 estudantes do benefício.
Além dos auxílios emergenciais, o repasse permitirá à UERJ honrar compromissos financeiros, como o pagamento de quase 9 mil bolsas permanência para cotistas e 6 mil bolsas acadêmicas, além de arcar com despesas operacionais.
A universidade também se comprometeu a investir em infraestrutura, como a construção de um restaurante universitário em São Gonçalo e o início das obras do campus de Vaz Lobo.
Os estudantes comemoraram o repasse, mas continuam exigindo a revogação do AEDA 038/2024, que apelidaram de “AEDA da Fome”. As negociações entre a reitoria e os representantes estudantis continuam, mas sem um acordo definitivo até o momento, mantendo ocupações e paralisações nas atividades acadêmicas.
Segundo análise de Felipe Moura Brasil, diretor de jornalismo de O Antagonista e Crusoé, a ocupação de prédios da UERJ por estudantes, insatisfeitos com os cortes nas Bolsas de Apoio à Vulnerabilidade Social, reflete um “feitiço contra a feiticeira” para a esquerda.
Diz o artigo: “Depois que alunos insatisfeitos com cortes de benefícios oferecidos durante a pandemia bloquearam acessos do Pavilhão João Lyra Filho na noite de terça-feira, 20, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) classificou como “inaceitável e descabido o sequestro de um prédio público, com claros e imediatos prejuízos à toda comunidade acadêmica”.
De acordo com a nota, “o movimento dos estudantes que ocupa as salas da Reitoria há três semanas conseguiu” os novos bloqueios “em mais um ato físico contra os agentes patrimoniais da universidade, usando os seus corpos de maneira ostensiva e agressiva. Na sequência, tornaram a posicionar o mobiliário da instituição para impedir as passagens.”
Ainda segundo a Reitoria, ‘a ação levou apreensão aos demais estudantes e aos servidores da UERJ, que tinha o seu funcionamento normalizado até o fim da tarde” de terça.'”‘”
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