Governo busca munição para CPMI de 8 de janeiro em áudios apreendidos pela PF
A base governista na Câmara e Senado pretende convocar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (foto), para depor na CPMI dos atos de 8 de janeiro após a revelação de áudios que sugerem um debate sobre um eventual golpe de estado...
A base governista na Câmara e Senado pretende convocar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (foto), para depor na CPMI dos atos de 8 de janeiro após a revelação de áudios que sugerem um debate sobre um eventual golpe de estado.
Segundo áudios obtidos pela CNN Brasil, o ex-major do Exército Ailton Gomes sugeriu a Cid, em 15 de dezembro, que o general Freire Gomes – então comandante-geral do Exército – fizesse um pronunciamento em apoio às mobilizações de militantes bolsonaristas em frente ao Quartel General da Força.
Ele também cobrou de Jair Bolsonaro uma manifestação em favor de um golpe militar, de acordo com a CNN. Cid, por sua vez, não respondeu, conforme os áudios obtidos pela reportagem.
“É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”, disse Barros, em um dos áudios.
“Até amanhã à tarde, ele aderindo, bem, ele faça um pronunciamento, então, posicionando-se dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Está abalada em todo o Brasil”, acrescentou Barros.
“Temos a caneta e a Força”, sugeriu o ex-major do Exército.
Após a revelação dos áudios, o líder do governo Lula no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou a conversa como grave e disse em referência a Cid: “Agora temos o primeiro convocado para a CPMI”. Até semana passada, o governo Lula trabalhava contra a investigação.
Ailton Barros foi considerado por Bolsonaro como seu “01” durante a campanha de 2018. Ele trabalhou na segurança do então candidato à Presidência da República. Em 2022, Ailton Barros disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, mas não foi eleito.
Barros e Cid foram presos ontem após operação da Polícia Federal, que mirou uma quadrilha especializada na expedição de certificados falsos de vacina.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)