Governo Bolsonaro suspendeu multa milionária a consórcio de ex de Wassef
No dia 15 de março do ano passado, o governo suspendeu uma multa de R$ 27 milhões aplicada ao Consórcio MG21, integrado pela Globalweb Outsourcing e pela Maisdoisx Tecnologia. A primeira empresa tem como sócia a empresária Maria Cristina Boner Leo, ex-mulher de Frederick Wassef, advogado ligado à família Bolsonaro. A segunda tem como sócia uma filha da ex de Wassef, Bruna Boner Leo Silva, que também é administradora da empresa da mãe...
No dia 15 de março do ano passado, o governo suspendeu uma multa de R$ 27 milhões aplicada ao Consórcio MG21, integrado pela Globalweb Outsourcing e pela Maisdoisx Tecnologia. A primeira companhia tem como sócia a empresária Cristina Boner Leo, ex-mulher de Frederick Wassef, advogado ligado à família Bolsonaro. A segunda tem como sócia uma filha da ex de Wassef, Bruna Boner Leo Silva, que também é administradora da empresa da mãe.
As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo e confirmadas por O Antagonista.
O motivo da multa ao consórcio foi a rescisão do contrato. As empresas não entregaram o serviço prometido, mesmo tendo recebido o dinheiro acertado na contratação.
A rescisão aconteceu em abril de 2018, por decisão da Dataprev. A multa foi pelos prejuízos causados à estatal.
O contrato foi assinado em 2014, ainda no primeiro governo Dilma Rousseff. Deveria ter sido encerrado em 2015, mas a empresa pediu – e obteve – diversas prorrogações de prazo para concluir o serviço nunca entregue até o início de 2018.
Em fevereiro daquele ano, a consultoria jurídica da Dataprev autorizou a rescisão do contrato e a aplicação de multa ao consórcio, o que aconteceu em abril.
Mas, conforme consta do Diário Oficial da União do dia 15 de março do ano passado, já no governo Bolsonaro, a estatal e o consórcio chegaram a um acordo: suspender a multa e prorrogar o contrato até outubro deste ano.
De acordo com o termo divulgado no DOU, a suspensão foi decidida “em razão do período de análise da rescisão e de retomada da execução”.
Ao Globo, a Dataprev disse que o caso ainda está em análise. O CEO da empresa de Cristina Boner Leo, Pedro Rondon, disse ao jornal que não houve “qualquer interferência política no caso”.
De acordo com reportagem UOL, a empresa de Cristina, que tem a filha Bruna como administradora, faturou R$ 41,6 milhões entre janeiro de 2019 e junho deste ano. A empresária nega favorecimento político.
Quando da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e acusado de ser o operador do esquema de rachadinha no gabinete do hoje senador, Frederick Wassef estava na casa de Cristina Boner em Brasília.
Queiroz foi encontrado numa casa de Wassef em Atibaia, interior de São Paulo. Até domingo, Wassef era advogado de Flávio Bolsonaro – deixou o caso para evitar mais desgastes à família presidencial.
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