Governador de SC exonera diretor acusado de assédio sexual
O diretor do Procon-SC, Roberto Salum é acusado de tentar beijar à força uma funcionária após lhe dar uma carona
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), tomou decisão de exonerar o diretor do Procon-SC, Roberto Salum (foto à esqerda), após uma servidora do órgão denunciá-lo por assédio sexual.
A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado e ocorreu apenas três dias após a denúncia ter sido prestada na Polícia Civil. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso.
De acordo com a funcionária do Procon, de 30 anos, Salum teria obrigado-a a lhe dar um beijo na boca durante uma carona após o expediente. Além dessa grave denúncia, outras quinze reclamações foram protocoladas na ouvidoria do Procon contra o ex-diretor, sob acusações de assédio moral e abuso de poder.
O que diz a defesa de Salum?
Segundo reportagem do O Globo, a defesa de Roberto Salum, representada pelo advogado Gastão Filho, afirmou em nota que tanto ele quanto seu cliente foram surpreendidos pela denúncia na última sexta-feira.
De acordo com a defesa, eles ainda não tiveram acesso oficial ao boletim de ocorrência e alegam que o episódio ocorre logo após Salum ter apurado desvios milionários no Procon-SC e ter sido alertado sobre possíveis represálias.
Salum na direção do Procon-SC
Roberto Salum assumiu a direção do Procon em dois de fevereiro deste ano, mas ocupou o cargo por menos de dois meses. Segundo informações obtidas por fontes do Globo, sua nomeação teria seguido uma cota pessoal do governador, com quem mantém uma relação de amizade. Salum teria sido indicado com o intuito de auxiliar nas eleições municipais, principalmente em Lages, onde a secretária de Saúde Carmen Zanotto (Cidadania) é pré-candidata à prefeitura com o apoio de Jorginho Mello.
Um dia antes da exoneração, Jorginho Mello afastou Salum do cargo e deixou claro que denúncias de assédio sexual não seriam toleradas.
Após a publicação no Diário Oficial, a gestão do governo estadual informou que o afastamento ocorreu devido ao conteúdo da denúncia, que viola o decoro do cargo ocupado por Salum. Segundo o posicionamento oficial, o governo não compactua com atos que atentam contra a moral e os bons costumes.
Antes de assumir a direção do Procon, Roberto Salum trabalhou como policial civil e passou alguns meses na Assembleia Legislativa durante a legislatura de 2014-2018, quando foi eleito suplente. Em 2022, filiou-se ao PL e concorreu novamente ao cargo de deputado estadual, mas não obteve votos suficientes para ocupar a cadeira e voltou a ser suplente.
Desvio de dinheiro no Procon
A defesa de Roberto Salum afirma que só poderá se pronunciar após ter acesso ao boletim de ocorrência oficial e alega que as denúncias surgiram em meio a um contexto de possíveis represálias após a apuração de desvios milionários no Procon-SC. Salum se coloca à disposição para prestar depoimento assim que tiver conhecimento completo do conteúdo das acusações.
O que diz o governo de SC
Por sua vez, o governo de Santa Catarina informou que, ao tomar conhecimento da denúncia que diz respeito à falta de decoro no exercício do cargo pelo diretor estadual do Procon-SC, determinou seu afastamento imediato e solicitou uma investigação rápida dos fatos. O governo reforça que não tolera atos que violem a moral e os bons costumes.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)