Gonet: “Bolsonaro formou organização criminosa para ficar no poder”
A 1ª Turma do STF iniciou nesta terça-feira a análise da denúncia apresentada por Gonet. Jair Bolsonaro foi indiciado por cinco crimes

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou ao defender a denúncia apresentada contra Jair Bolsonaro que o ex-presidente formou uma ‘organização criminosa’ que tinha como intuito mantê-lo no poder “independentemente do resultado das eleições de 2022”.
Assista ao vivo ao julgamento de Jair Bolsonaro:
“Jair Bolsonaro formou com outros civis e militares uma organização criminosa que tinha por objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade do poder, independente do resultado das eleições de 2022”, disse Gonet.
Como mostramos, a 1ª Turma do STF iniciou nesta terça-feira a análise da denúncia apresentada por Gonet. Jair Bolsonaro foi indiciado por cinco crimes, entre os quais, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado.
“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e seu candidato a vice-presidente, Braga Netto. Todos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra a existência e independência dos poderes e o Estado democrático de direito”, acrescentou Gonet.
“Os delitos não são de ocorrência instantânea, Eles compõe uma cadeia de acontecimentos articulados para que, por meio da força e da sua ameaça, o presidente da república não deixasse o poder ou a ele retornasse”, ressaltou.
Além do ex-presidente, fazem parte dessa primeira leva de denunciados o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.
Decisão do STF sobre Jair Bolsonaro deve ocorrer na quarta
Para conseguir dar vazão de forma mais célere ao julgamento da denúncia, o presidente da 1ª Turma, ministro Cristiano Zanin, agendou sessões para esta terça e para amanhã, quarta-feira. A tendência é que a definição se Jair Bolsonaro se tornará ou não réu no STF ocorra apenas nesta quarta.
Em sua denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente da República foi o líder de uma organização criminosa que tramou contra o Estado Democrático de Direito. A peça narra desde os atos preparatórios às eleições, com questionamentos sobre a integridade das urnas eletrônicas, até os atos de 8 de janeiro de 2023.
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Comentários (4)
Marian
25.03.2025 18:43Então os membros da perigosa organização criminosa estão presos né? Entre eles, a moça do batom, a senhora com bíblia nas mãos ... mas e o rapaz que estava vendendo algodão doce, foi preso também?
Angelo Sanchez
25.03.2025 13:51Está difícil achar prova que Bolsonaro, foi protagonista de um golpe. Se ele realmente fosse o idealizador, hoje o “descondenado” não teria assumido o poder.
Fabio B
25.03.2025 13:28O arranjo de forças no Brasil a cada ano demonstra que está insustentável. A CF 88 precisa ser derrubada. No entanto, é inegável o mérito do Xandão ao enfrentar o bolsonarismo golpista, o que, naquele momento, foi essencial. O problema é que o remédio veio em dose excessiva. O STF, impulsionado pela inércia e anuência das forças, acumulou um poder desproporcional. Agora, o Tribunal de Moraes precisa ser contido, sob risco de comprometermos qualquer noção de equilíbrio democrático. Ainda assim, por mais preocupante que seja essa concentração de poder, o cenário atual é menos catastrófico do que seria caso o golpe de Bolsonaro tivesse mesmo prosperado.
Clayton De Souza pontes
25.03.2025 11:36O plano de golpe não avançou por causa da posição contrária de representantes do Exército e da Aeronáutica. A justiça anda quando lhes interessa e não há amigos nos processos