Gleisi joga Nikolas no colo de Lira
"Eu achava que dava para o presidente da Câmara fazer um acordo pra tentar botar um nome moderado”, reclamou a presidente do PT sobre a Comissão de Educação
A deputada federal petista Gleisi Hoffmann (PR) saiu em defesa do partido que preside e do governo Lula após um acordo dos governistas com o PL, maior partido da Câmara, entregar a presidência da Comissão de Educação ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
“Eu acho que foi uma irresponsabilidade do PL indicar uma pessoa como essa. Só tenho que lamentar. Eu achava que dava para o presidente da Câmara fazer um acordo pra tentar botar um nome moderado”, reclamou Gleisi, como registra o Valor.
A petista seguiu com as reclamações: “Infelizmente, a Câmara vai pagar o preço. É a instituição da Câmara que vai pagar por isso. O governo vai seguir, não vai depender do presidente da Comissão de Educação, imagina. O problema é que isso depõe contra a Casa, é isso que não se entendeu ali, é ruim para a Câmara, né?”.
Em postagem no X, ex-Twitter, a deputada foi ainda mais clara em sua tentativa de tirar o corpo do governo fora da questão: “Sobre a escolha dos presidentes das comissões na Câmara, é preciso dizer que nada tem a ver com o governo. Lidamos com quem a população elege, levando em conta o tamanho das bancadas. Assim como o PT presidiu a CCJ no ano passado, sendo a 2a maior bancada, a alternância mediante acordos tem que acontecer. Mas também é preciso dizer que o desfecho de ontem foi muito ruim. PL indicou gente radical demais, desrespeitosa pra CCJ e mal-educada, como o deputado pra presidir a comissão da Educação. Isso depõe contra a própria Câmara, infelizmente. É lamentável“.
Acordo
O que a deputada não comentou é que Nikolas assume a Comissão de Educação como parte de um acordo entre governo e PL , que detém a maior bancada da Câmara. Os governistas preferiram ficar com a Comissão de Saúde, para blindar o Ministério de Nísia Trindade dos avanços do Centrão, abrindo espaço para os opositores do governo comandarem a Educação.
O PL também ficou com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, e manteve o comando da Comissão de Segurança Pública.
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