General Augusto Heleno: papo reto
O futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro oferece aquilo que na língua das ruas convencionou-se chamar de "papo reto"...
O futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro oferece aquilo que na língua das ruas convencionou-se chamar de “papo reto”.
O general Augusto Heleno é direto e preciso na análise — e nas críticas.
Primeiro comandante militar da missão de estabilização da ONU no Haiti, foi assediado no começo do ano para se candidatar a um cargo nas eleições; acabou filiado ao PRP e chegou a ser cotado para o posto de vice-presidente, mas o arranjo com Bolsonaro não deu certo porque o seu partido vetou a candidatura.
A relação com o presidente eleito vem de longa data.
Bolsonaro foi cadete de Augusto Heleno e conta com a admiração do general: “Tenho uma ligação grande com Bolsonaro. No atual quadro político, não tem ninguém melhor que ele!”, declarou, em entrevista exclusiva a O Antagonista, revelando ainda que Bolsonaro seria seu candidato.
Reveja a entrevista na íntegra.
Como a Crusoé revelou, era Augusto Heleno que comandava o “bunker” dos generais durante a campanha. No subsolo de um hotel em Brasília, o grupo – do qual Hamilton Mourão não fazia parte – elaborava o plano de governo de Bolsonaro.
Ainda durante a campanha, foi um dos maiores defensores do capitão, chegando a divulgar uma nota acusando “órgãos de imprensa” de comandarem “uma sórdida campanha contra Jair Bolsonaro”.
Quando a vitória veio, no dia 28 de outubro, foi o autor do discurso do presidente eleito.
Durante o pleito, Augusto Heleno também foi um dos que atacaram as manobras do PT para tentar manter o presidiário Lula como candidato a presidente.
O general disse que via “com muita preocupação tudo em relação ao Lula que fuja do que está previsto na lei”.
Sobre Haddad, disse que, durante a campanha, ele havia chegado “ao máximo do cinismo e descaramento” e declarou à revista Crusoé que uma possível vitória do poste do presidiário “ia ser uma merda”.
Bolsonaro anunciou que Augusto Heleno seria o seu ministro da Defesa, mas foi convencido pelos militares a nomeá-lo ministro do Gabinente de Segurança Institucional. Nessa posição, o general poderá observar mais de perto o que ocorre na Presidência da República — e fazer valer a sua opinião. A caserna confia que Augusto Heleno é o nome ideal para impedir que haja desvios na condução de um governo fortemente associado às Forças Armadas.
Papo reto.
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