Funcionário de embaixada sob custódia do Brasil é preso na Venezuela
Governo da Argentina classificou a prisão como uma “violação flagrante” das normas internacionais
O governo da Argentina denunciou a prisão de um funcionário local de sua embaixada na Venezuela, sob tutela do Brasil. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores classificou a prisão como uma “violação flagrante” das normas internacionais que protegem as sedes diplomáticas e seus trabalhadores.
O funcionário, identificado como Nahuel Agustín Gallo, foi detido em 8 de dezembro ao entrar na Venezuela vindo da Colômbia para visitar familiares e sua companheira.
Segundo a Argentina, a prisão ocorreu “sem justificativa legítima”, violando seus direitos fundamentais.
A chancelaria argentina denunciou ainda que o episódio integra uma “campanha de intimidação e violência psicológica” contra os seis opositores venezuelanos asilados na embaixada desde março, além dos trabalhadores da representação diplomática.
O comunicado também apontou a presença de franco-atiradores ao redor da embaixada, além da ocupação ilegal de imóveis vizinhos, o que configuraria um “cerco de fato”.
O governo argentino exigiu a “libertação imediata” do funcionário detido e a entrega de salvo-condutos para os asilados. O caso foi levado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à comunidade internacional.
Embaixada sob tutela brasileira
Desde agosto, a embaixada da Argentina em Caracas está sob custódia do Brasil, após a ruptura de relações diplomáticas entre os governos de Nicolás Maduro e Javier Milei.
Na ocasião, o ditador venezuelano expulsou o corpo diplomático argentino, e Brasília assumiu a gestão dos interesses da Argentina na Venezuela.
A situação é marcada por tensão crescente. Os seis opositores asilados são aliados de María Corina Machado e aguardam salvo-condutos para deixar o país após serem acusados pelo regime chavista de terrorismo. Eles denunciam condições precárias, com cortes frequentes de energia e água, além de dificuldades para receber alimentos.
O Brasil manteve sua posição de custodiar a embaixada, apesar das tentativas do governo Maduro de revogar a autorização, alegando que o local estaria sendo usado para atividades “terroristas”.
O Itamaraty reafirmou que seguirá na função até que Argentina e Venezuela cheguem a um acordo para transferir a tutela a outro país.
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