Fuligem de queimadas leva Chuva Preta ao Rio Grande do Sul
Diversas regiões do Oeste e do Sul gaúcho já registraram chuvas e garoas, sinalizando o início da atuação da frente fria.
Uma frente fria está prestes a trazer uma chuva incomum para o Rio Grande do Sul nos próximos dias: a chuva preta. Esta previsão, feita pela MetSul Meteorologia, resulta da combinação de instabilidade no sistema frontal com a presença de grandes quantidades de fumaça provenientes de queimadas no Brasil e em países vizinhos.
Desde a madrugada desta quinta-feira, 12, o tempo começou a mudar no estado.
Diversas regiões do Oeste e do Sul gaúcho já registraram chuvas e garoas, sinalizando o início da atuação da frente fria.
Ao longo da manhã, a precipitação se espalhou, atingindo especialmente áreas do Oeste, Centro e Sul do estado.
Nas regiões onde a chuva demorou a chegar, a presença de nuvens densas e a fumaça, com um cheiro forte de vegetação queimada, foram perceptíveis.
Possibilidade de Chuva Preta
Segundo a MetSul Meteorologia, todas as regiões do Rio Grande do Sul estão suscetíveis a registrar chuva preta entre hoje e amanhã durante a atuação da frente fria.
A presença de grande quantidade de material particulado na atmosfera torna possível esse fenômeno incomum.
Os mapas da MetSul indicam que a maior concentração de fumaça estará na Metade Norte do estado.
Assim, há uma maior probabilidade da ocorrência de chuva preta nas cidades do Centro para o Norte gaúcho, incluindo Porto Alegre e sua região metropolitana.
O que é Chuva Preta?
A chuva preta ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam.
Fuligem é um material particulado composto principalmente de carbono, resultante da combustão incompleta de materiais orgânicos como combustíveis fósseis e biomassa.
Essa chuva, que não é necessariamente preta em cor, indica altos níveis de poluição e é comum em áreas industriais ou que sofram com queimadas e intenso uso de combustíveis fósseis.
Quando a fuligem se mistura com a umidade nas nuvens, ela atua como núcleos de condensação para a formação de gotas de água, resultando em uma precipitação carregada de poluentes.
Corrente de jato favorece o fenômeno
A corrente de jato em baixos níveis da atmosfera, que avança pelo interior da América do Sul a partir do Leste dos Andes, está trazendo a fumaça para o Rio Grande do Sul.
Este “rio de vento” na baixa atmosfera (a cerca de 1500 metros de altitude), transporta material particulado por milhares de quilômetros desde o Sul da Amazônia até a bacia do Rio da Prata.
Essas correntes de jato, originadas na Bolívia ou no Centro-Oeste do Brasil, carregam ar quente e particulado até as latitudes médias do continente.
Ao alcançar o Rio Grande do Sul, é comum que o jato recurva em direção ao Leste, no Atlântico, espalhando a fumaça pela região.
Impactos visíveis
A chuva preta tem impactos claros no ambiente urbano.
Ela pode deixar camadas de sujeira em superfícies diversas como prédios, veículos e infraestrutura urbana, o que pode acelerar a degradação dos materiais e elevar custos de manutenção.
Além disso, a chuva preta serve como um indicador alarmante dos níveis de poluição atmosférica, sendo um reflexo das emissões de poluentes e das condições ambientais exacerbadas pelas queimadas e atividades industriais intensas.
A MetSul Meteorologia segue monitorando a situação e alerta a população para os possíveis temporais que podem ocorrer até o fim da semana.
Para mais informações e atualizações constantes sobre as condições climáticas, acesse o site da MetSul ou inscreva-se nos canais de comunicação da empresa.
Fonte: MetSul Meteorologia
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