Seguindo orientações médicas, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD, foto) tomou posse nesta quarta-feira, 1º de janeiro, de forma remota, dado seu estado de saúde delicado.

Noman, que enfrenta baixa imunidade devido ao tratamento contra um linfoma não Hodgkin, foi internado três vezes desde sua eleição.

De máscara, o prefeito falava com dificuldades e participou da posse por videoconferência.

Coube ao vice-prefeito eleito, Álvaro Damião (União Brasil) ler um discurso em nome de Noman, que expressou seu amor pela capital mineira e por seus habitantes.

“Muita gente tem me perguntado o porquê de estar aqui, um homem de 77 anos disputar uma pesada eleição em vez de curtir os netos, ficar com a família no sítio ou viajar. Nos últimos meses, tive que ser hospitalizado, o que aumentou a curiosidade de amigos. A resposta é muito simples, estou aqui por muito amor a essa cidade e a sua gente”, disse o prefeito, em texto lido pelo vice.

Os novos desafios de Fuad Noman

Entre os principais desafios que Fuad Noman e Álvaro Damião enfrentarão em seu novo mandato está a reformulação do contrato de transporte público da capital mineira. O atual contrato, firmado em 2008 com validade de 20 anos, já foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2023.

Adicionalmente, a tarifa das passagens dos ônibus convencionais foi reajustada nesta quarta, subindo de 5,25 reais para 5,75 reais, posicionando Belo Horizonte entre as cidades com tarifas mais elevadas do país.

Outra prioridade do prefeito reeleito é a municipalização do Anel Rodoviário. Essa via, inaugurada em 1963 para desviar o tráfego pesado do centro da cidade, se tornou uma das principais artérias urbanas e apresenta altos índices de acidentes com vítimas na região.

2º mandato

Com 77 anos, Fuad Noman garantiu sua reeleição após uma virada no segundo turno das eleições, na qual obteve 53,73% dos votos válidos contra o deputado estadual Bruno Engler (PL).

Noman assumiu a prefeitura em março de 2022, sucedendo Alexandre Kalil (sem partido), que deixou o cargo para concorrer ao governo de Minas Gerais.

Nas eleições recentes, Kalil não apoiou seu ex-vice e fez campanha para Mauro Tramonte (Republicanos), o que deteriorou a relação entre os dois políticos.