Fraude no Senado: “Se preciso, obviamente vamos ter que ‘degolar’ alguém”, diz corregedor
Em entrevista a O Antagonista, o corregedor do Senado, Roberto Rocha, responsável pela investigação da fraude no dia da eleição para presidente da Casa, disse que ainda não é possível dizer se houve má-fé ou equívoco por parte de algum senador no episódio...
Em entrevista a O Antagonista, o corregedor do Senado, Roberto Rocha, responsável pela investigação da fraude no dia da eleição para presidente da Casa, disse que ainda não é possível dizer se houve má-fé ou equívoco por parte de algum senador no episódio.
“Está tudo sendo apurado. Não há como definir prazo para a conclusão, mas acho que estamos perto do desfecho. Estamos acelerando.”
Rocha confirmou que a Polícia Federal, após ele entrar em contato com Sergio Moro, está ajudando na análise das imagens. Ele contou que conseguir reunir 1 terabyte de arquivos — da TV Senado, de emissoras que transmitiram a eleição e das equipes de comunicação dos senadores –, além de 11 mil fotos.
“Para que não seja cometida nenhuma injustiça, estamos analisando o momento do voto de todos os senadores. Acho que no fim desta semana a perícia estará concluída.”
Segundo Rocha, já está claro que alguém trocou um envelope por uma cédula e algum senador depositou duas cédulas na urna — com dois votos em Renan Calheiros.
“Esse sujeito não fez isso sozinho. Alguém entregou para ele duas cédulas. Isso é coisa de quem está chegando agora [ao Senado]. Qualquer senador com o mínimo de experiência não faria isso. As investigações ainda estão em andamento, mas me parece coisa de ‘tarefeiro’ mesmo, de alguém que topou cumprir uma missão.”
O corregedor reforçou que a busca é por uma “prova cabal” da fraude. E que, caso a situação se confirme e se chegue a um ou mais autores, “o caso vai para o Conselho de Ética”.
“Se chegarmos a esse ponto, aí o Conselho de Ética vai analisar. Eu acho que quem fez isso não vai querer ‘ir para a jaula’ sozinho. Eu não queria estar sendo o ‘xerife’ do Senado neste momento. É claro que não é legal, mas, se preciso, obviamente vamos ter que ‘degolar’ alguém.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)