“Foi um linchamento público, tudo muito agressivo, arquitetado”
Uma pesquisa feita pela revista Nature com 321 cientistas de vários países, inclusive o Brasil, mostra que dois terços deles relatam ameaças após aparições na imprensa durante a pandemia de Covid. Cerca de 15% declararam ter...
Uma pesquisa feita pela revista Nature com 321 cientistas de vários países, inclusive o Brasil, mostra que dois terços deles relatam ameaças após aparições na imprensa durante a pandemia de Covid.
Cerca de 15% declararam ter recebido ameaças de morte, enquanto 22% relatam ameaças físicas ou sexuais. Seis disseram que foram fisicamente atacados.
O infectologista Marcus Lacerda (foto), da Fiocruz, por exemplo, precisou de escolta armada no ano passado após a publicação de um estudo que demonstrava a ineficácia da cloroquina no tratamento da Covid. Ele esteve à frente de um estudo pioneiro no país sobre o uso do medicamento em pacientes com a doença.
“Foi um linchamento público, tudo muito agressivo, arquitetado, planejado. Muita gente do grupo de pesquisa está em seguimento psicológico até hoje, é muito difícil de superar, deixa sequelas”, disse à Folha.
“Além disso, interpretaram que todos os que morreram foram devido às doses altas, quando na realidade morreram de Covid-19 grave. Muita gente não conhecia o nosso grupo de pesquisa e achou que era um bando de aventureiros. Trabalhamos com malária e cloroquina há 20 anos.”
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