Filha de Othon Pinheiro guardava R$ 87 milhões na Suíça
Alvo hoje da Operação Fiat Lux, Ana Cristina Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro, guardava 15,5 milhões de francos suíços (o equivalente a R$ 87,5 milhões, na cotação de hoje) em contas na Suíça abastecidas com propina, segundo o Ministério Público Federal...
Alvo hoje da Operação Fiat Lux, Ana Cristina Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro, guardava 15,5 milhões de francos suíços (o equivalente a R$ 87,5 milhões, na cotação de hoje) em contas na Suíça abastecidas com propina, segundo o Ministério Público Federal.
O dinheiro foi apreendido em 2015 pelos procuradores suíços.
Uma das contas, em nome da offshore Delarosa, foi usada para pagamento de propina a Othon pela empresa franco-alemã Areva, contratada para fornecer serviços de engenharia, instrumentação digital e sistema de controle para a usina nuclear de Angra 3.
O pagamento de propina foi narrado no pedido de prisão de Ana Cristina, autorizada hoje pelo juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio, na Operação Fiat Lux. No início da noite, ela foi solta pelo desembargador Ivan Athié, do TRF-2.
O MPF diz que, em 2006, Manfred Novak, representante da Areva no Brasil, queria receber pagamentos atrasados de contratos que mantinha com a Eletronuclear. Então presidente da estatal, Othon Pinheiro teria exigido propina para quitar as dívidas.
O pagamento foi feito por meio de offshores na Suíça dos lobistas Jorge Luz e Bruno Luz, que delataram o esquema.
Segundo eles, a propina foi dividida entre Othon, o ex-diretor da Eletronuclear Luiz Messias, conhecido como Vasco, o ex-deputado Aníbal Gomes e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau — todos alvos da operação de hoje.
Outro acerto, em benefício de Othon, envolveu a contratação da empresa de tecnologia Aceco para construção de uma sala cofre em 2010. Naquele ano, o representante da empresa Nelson Sabra procurou os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz para que garantissem a contratação.
Os dois procuraram Othon Pinheiro, que aceitou a contratação mediante pagamento de propina.
Foi fechado contrato de R$ 15 milhões, dos quais R$ 1,5 milhão foi usado para pagar propinas, na seguinte proporção: metade para Othon Pinheiro e Jorge Luz e outra metade para Nelson Sabra, Álvaro Lopes e Pérsio Jordani, que participaram da intermediação dos pagamentos.
Segundo os delatores, Othon recebeu o dinheiro novamente por meio de Ana Cristina, com depósitos na Aratec Engenharia, num contrato de fachada com a Dema Participações e Empreendimentos, que recebeu da Aceco.
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