FHC, Temer e Sarney criticam arroubos de Bolsonaro e defendem diálogo
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e José Sarney fizeram críticas ao governo de Jair Bolsonaro, durante evento virtual na noite desta quarta-feira. Defenderam mais "diálogo" e evitaram falar em impeachment...
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e José Sarney fizeram críticas ao governo de Jair Bolsonaro, durante evento virtual na noite desta quarta-feira. Defenderam mais “diálogo” e evitaram falar em impeachment.
“É chegada a hora de um toque de alerta. O significado do nosso encontro aqui transcende o fato da reafirmação da democracia neste momento, em que estamos vendo, não dá pra negar o fato, de que o presidente tem arroubos que não são condizentes com o futuro democrático”, disse FHC.
Temer afirmou que é preciso “estabelecer uma harmonia, um diálogo entre os poderes”. “Se todos somos frutos da soberania popular, prevista na Constituição, quando há desarmonia, há inconstitucionalidade.”
Autor da carta de arrego de Bolsonaro, o emedebista defendeu que ministros do STF conversem com o presidente da República.
“Eu me recordo (…) que muitas vezes ministros do STF iam falar comigo no sábado ou domingo e a imprensa noticiava (como se fosse) um gesto criminoso (…). É uma cultura que enseja essa divergência entre os próprios poderes.”
José Sarney, por sua vez, defendeu “a adoção do parlamentarismo e o fim do voto proporcional uninominal”, em que o eleitor vota diretamente no candidato a parlamentar que deseja eleger. O emedebista disse também que “na atual realidade brasileira dois aspectos são consenso: desejo de pacificação e desejo de solução dos problemas de acordo com a tradição brasileira”, pela via pacífica.
O evento foi organizado por fundações e institutos ligados aos partidos MDB, PSDB, DEM e Cidadania, e teve a participação também dos presidentes das siglas e do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.
Também discursaram o deputado federal Baleia Rossi, presidente do MDB; Bruno Araújo, presidente do PSDB; ACM Neto, presidente do DEM; e Roberto Freire, presidente do Cidadania.
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